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Convite para sopa no Carnaval termina em açaí após tuíte viralizar

Namorada diz que parceiro convidou casal para sua casa após 'perrengue' no bloco Trombetas Cósmicas

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São Paulo

A associação do Carnaval à libertinagem e ao erotismo é comum. Um festejo baseado na catarse que envolve muita pele exposta e bebida alcoólica pode ser a receita perfeita para isso. Mas também é um ambiente propício para criar novas amizades e oferecer solidariedade a desconhecidos.

Foi nessa toada que Lucas Nideck, 24, resolveu chamar duas mulheres desconhecidas para dividir uma viagem em carro de aplicativo após um bloco de Carnaval. A camaradagem incluiu, também, o convite para tomar uma sopa de ervilha em seu apartamento.

Foto mostra homem negro sem camisa sentado em uma mesa que tem dois pratos vazios, com os restos de uma refição, e uma garrafa de plástico com líquido transparente
Lucas Nideck diante dos pratos com restos da sopa de ervilha que ofereceu pra desconhecidas - Reprodução

No entanto, quando sua namorada, Cecilia Senhorinha, 23, tuitou sobre a aleatoriedade da situação, a repercussão foi negativa. "Me chamaram de corna, falaram que eu era burra e que ele estava mentindo", afirma. Mas ela só compartilhou na rede social por ter achado engraçado que o parceiro chegou bêbado do bloquinho —ela ficou em casa trabalhando —e soltava informações confusas, entre elas o convite para a "sopinha".

"E Lucas que foi sozinho pro bloquinho ficou doidão e rachou o Uber de voltar pra casa com duas estranhas e chamou elas aqui pra casa pra comer sopa", foi o tuíte, que reuniu mais de 40 mil curtidas.

A aproximação de Lucas com o casal se deu por acaso, ou melhor, pela chuva torrencial que inundava o clima de pré-Carnaval do bloco Trombetas Cósmicas, na praia do Flamengo, no Rio de Janeiro, no último final de semana. Ele, que já estava perdido de seu grupo de amigos, se recolheu em uma lona que reunia mais algumas pessoas.

A tempestade prosseguia, mas os foliões não pareciam se abalar, já que cantavam músicas de forma entusiasmada, descreve Lucas. Foi quando ele viu as duas mulheres "que estavam com cara de que queriam ir embora" e questionou se gostariam de dividir um carro de aplicativo, já que elas iam para Botafogo e ele para Copacabana.

Quando chegaram ao bairro de Lucas, o casal resolveu não prosseguir com a viagem até Copacabana porque, aparentemente, as ruas estavam alagadas. Por isso, elas desceram junto com ele. Enquanto elas esperavam a situação melhorar para pedir um táxi na rua de Lucas, ele sugeriu que, se achassem que fosse demorar muito, elas subissem para sua casa para tomar uma sopa.

"Quando eu cheguei em casa, estava muito doido e avisei: ‘amor, se tocarem aqui falando de tomar sopa, foi porque eu chamei’."

Cecilia conta que, quando ouviu o namorado ébrio relatando o que tinha enfrentado, se preocupou com sua segurança. "Ele chegou aqui contando mil histórias por segundo e eu aqui, parada que nem uma estátua, ouvindo um monte de atrocidades", afirma dando risada.

A possibilidade de estar em risco nem passou pela cabeça de Lucas, que diz acreditar que no Carnaval as pessoas ficam mais abertas a esse tipo de causo. "Ainda mais quando se está num perrengue. Todo mundo só queria ir embora."

No entanto, uma história que poderia ter sido apenas motivo de risada entre os dois casais resultou em uma bela amizade. Como o tuíte de Cecilia viralizou, a jornalista Juliana Gragnani, uma das convidadas de honra de Lucas, respondeu e se identificou.

"Trocamos contato e acabamos nos encontrando depois para tomar açaí", diz Lucas.

Quando o casal foi questionado se já tinha vivenciado uma outra experiência de convidar desconhecidos para sua casa, os dois afirmaram que já estiveram diversas vezes do outro lado. "Em outros carnavais, eu já fui um estranho em contexto aleatório na casa dos outros. A gente fez amizade e chamaram para a gente continuar festejando", relembra o folião.

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