A cantora sul-coreana Chaeyoung, do grupo de K-pop Twice, foi criticada nas redes sociais nesta terça-feira (21) após publicar uma foto para seus 8 milhões de seguidores no Instagram vestindo uma camiseta estampada com a suástica nazista.
Tratava-se de uma peça que trazia o logo da banda punk britânica Sex Pistols e uma imagem do baixista Sid Vicious usando uma camiseta com o símbolo. O item é vendido no eBay por US$ 500 (R$ 2.618) e é considerado uma raridade da década de 1970. Por isso, entre as reclamações, alguns fãs apontaram que a artista sabia o que estava usando.
Na foto desta terça, ela está sentada em um restaurante e posa segurando um óculos escuros. Em uma outra imagem antiga, resgatada pelos fãs, ela já havia usado a camiseta, mas com um suéter cropped por cima, de modo que a suástica não aparecia. Na última semana, a artista sul-coreana também foi vista usando um cropped com o logo do QAnon, movimento de teorias conspiratórias da extrema direita dos EUA.
O nome da artista ficou em primeiro lugar nos trends do Twitter brasileiro, com mais de 94 mil tuítes sobre o assunto até o início desta noite. Também ficaram em destaque termos como "suástica" e "nazista".
Após a repercussão negativa, a cantora apagou a foto. "Peço sinceras desculpas pela postagem no Instagram. Não reconheci corretamente o significado da suástica estampada na camiseta que usava", escreveu Chaeyoung. "Prestarei atenção absoluta no futuro para evitar que qualquer situação semelhante aconteça novamente."
Essa manifestação foi repostada pelo grupo em suas redes sociais. Mesmo assim, seus admiradores se dizem decepcionados. "Chaeyoung foi de musa gay a musa de direita em um post", escreve uma conta.
O nome de Tzuyu, outra integrante do Twice e única taiwanesa do grupo, também ficou entre os assuntos mais comentados, com 34 mil tuítes. Os fãs relembraram que, em 2016, quanto ela tinha 16 anos, a cantora precisou pedir desculpas publicamente ao segurar uma bandeira de Taiwan durante participação em um programa de TV.
"Só existe uma China. Eu sempre me orgulhei de ser chinesa. Como sou estrangeira, cometi erros com as palavras em coreano. Devido ao meu discurso negligente, eu causei danos entre o relacionamento da empresa com a China", disse em vídeo publicado na época.
Em comparação deste episódio com o de Chaeyoung , devido à gravidade da situação, os fãs acham que a sul-coreana foi superficial e precisa fazer mais do que um parágrafo escrito pedindo desculpas.
Em meio ao cenário de gestão de crise, o grupo começa sua quinta turnê mundial no dia 15 de abril, em Seul.
O combo artistas e apologia do nazismo já estava em discussão no Brasil na última semana. Isso porque o bar Opinião, em Porto Alegre, cancelou um show da banda norueguesa de black metal Mayhem após declarações racistas e homofóbicas de integrantes do grupo virem à tona.
O histórico da banda já reuniu ex-integrantes que se declaravam neonazistas e que se envolveram com crimes e atentados a igrejas. Eles já se apresentaram em Porto Alegre em 2018, em São Paulo e São Luís em novembro de 2022. Iriam performar nesta terça (21) na capital do Rio Grande do Sul e na quarta (22) em Brasília.
A casa de shows se manifestou justificando o cancelamento por causa de "os movimentos nas redes sociais tanto pró quanto contra o evento, comentários suscitando manifestações no local e imediações do Bar e o potencial risco à integridade física de todos os envolvidos", mas não deu detalhes sobre alinhamento da banda a ideais do nazismo.
Comentários
Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.