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Descrição de chapéu Twitter

Internauta sofre ataques ao comparar 'Tudo em Todo o Lugar ao Mesmo Tempo' a produto da Shopee

Professora foi acusada de sinofobia no Twitter e bloqueou perfis em massa após xingamentos

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São Paulo (SP)

Um post no Twitter gerou polêmica nesta semana ao comparar o filme "Tudo em Todo o Lugar ao Mesmo Tempo" a um produto de baixa qualidade da Shopee, plataforma de compras online de origem asiática.

A crítica ao longa indicado ao Oscar, que é assinado por um diretor asiático americano e narra a jornada de uma chinesa em um multiverso, sofreu acusações de sinofobia e levou a autora do post a bloquear perfis em massa em resposta a uma onda de ataques.

"Vocês que viram 'Tudo em Todo o Lugar ao Mesmo Tempo', me digam uma coisa: fica bom a partir de que momento? Meia hora da minha vida que nunca mais recuperei. Scott Pilgrim against the World sino-americano escrito pelo Charlie Kauffman da Shoppe", escreveu Renata Gomes, professora da UFRB (Universidade Federal do Recôncavo da Bahia), em seu perfil.

Após uma seguidora acusar a possível ofensa a chineses ou descendentes de chineses, a professora defendeu o uso da expressão relacionada à empresa de origem singapurense.

"‘Da Shoppe’ é uma expressão que uso com frequência para me referir a algo de qualidade duvidosa. Pode ter ficado dúbio, em se tratando de um filme sino-americano, mas não é isso que a se refere. O que é sinofóbico aí?", questionou.

Em outro momento, ela reafirma que a crítica ao filme não teve a ver com a nacionalidade ou a etnia dos seus produtores e que a acusação é desonesta já que a Shopee é conhecida popularmente como "gíria para qualquer versão piorada de outra coisa".

Apesar da defesa, a repercussão do post desencadeou uma onda de críticas à professora, marcada por xingamentos e ofensas misóginas. "A véia entrou na menopausa e ficou maluca com os hormônios", postou, por exemplo, um usuário.

A reportagem tentou contato com a professora para comentar o caso, mas não obteve retorno.

Após alguns dias, a internauta decidiu estancar os ataques bloqueando milhares de perfis na rede através de uma ferramenta automatizada — utilizando o recurso, as contas não podem mais interagir ou visualizar suas postagens.

Segundo ela, foram bloqueadas mais de 200 mil contas por meio do Secauter.app, um recurso não-oficial do Twitter, incluindo todos os seguidores e perfis seguidos pelos usuários responsáveis pelos ataques. "'Block' em massa é um santo remédio para estancar/prevenir assédio por aqui. Infelizmente, vai gente boa no processo, mas aí é só entrar em contato e pronto", disse.

O movimento fez o caso viralizar na rede, a medida em que internautas que não tinham envolvimento ou conhecimento do caso notaram o bloqueio.

O episódio se soma à miríade de discussões diárias travadas na plataforma — muitas vezes violentas e outras vezes inúteis —, facilitadas pela dinâmica de comunicação ultrarrápida e relativamente anônima da rede.

Nos últimos anos, o Twitter lançou iniciativas para tentar conter esses danos, como o Twitter Circle, que limita a quantidade de pessoas que podem visualizar e comentar determinados posts.

Já o uso da ferramenta de bloqueio é mais conhecida e usada especialmente por famosos e políticos. O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), por exemplo, silenciou, de forma rotineira, contas de veículos de comunicação e de perfis críticos ao governo durante sua gestão.

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