Após o Twitter se recusar a tirar da plataforma publicações que enaltecem autores de massacres e que fazem apologia à violência em escolas, durante reunião entre representantes das maiores redes sociais e o Ministério da Justiça nesta terça (11), usuários da rede de Elon Musk promoveram a hashtag "Twitter apoia massacres".
O assunto chegou a figurar como o segundo mais comentado no Twitter até o fim desta manhã, com cerca de 4500 publicações. O blog #Hashtag monitorou os posts ao longo dessas últimas horas, desde que o G1 publicou matéria a respeito da reunião, gerando repercussão na plataforma.
Contudo, a frase desapareceu das listas de assuntos do momento, deixando de ser visível, o que contradiz as informações de três serviços de monitoramento de tendências nas redes, que mostram o assunto "Twitter apoia massacres" no topo dos trending topics da plataforma no Brasil.
Usuários que levantaram a frase com fortes críticas a Musk acusam a empresa de censura.
Procurada pela reportagem, a plataforma não respondeu aos questionamentos e enviou um emoji de fezes, prática instituída pela empresa desde 19 de março.
De acordo com a Trends24, a frase "TWITTER APOIA MASSACRES" tinha mais de 11 mil publicações e estava em primeiro no ranking ao menos até 14h12.
No monitor Twitter Trends - Brazil, a frase também aparece em primeiro lugar, com pouco mais de 12 mil menções. A lista é atualizada a cada 30 minutos, segundo o site.
O site getdaytrend é mais um que apresenta a frase em primeiro lugar entre as mais mencionadas da rede social no Brasil.
Já na listagem do próprio Twitter, o assunto não existe. Os outros dois termos mais comentados segundo a lista oficial da plataforma, entretanto, condizem com o que apresentam os monitores independentes. São eles: "TheMarvels" e "Bayern".
O desaparecimento foi notado por usuários que levantavam a frase de protesto contra a plataforma nesta terça, entre eles o influenciador Felipe Neto.
"Elon Musk falou que compraria o Twitter para dar 100% de liberdade de expressão. Exceto quando [a liberdade] afeta ou prejudica a empresa dele. Ele censurou a tag "Twitter apoia massacres", mas se recusa a apagar contas que realmente apoiam e incentivam massacres em escolas", acusou.
A onda de críticas ao Twitter começou após a empresa se negar a tirar do ar conteúdo que faz apologia à violência nas escolas sob o argumento de que o termo de uso da plataforma permite a divulgação do material.
O posicionamento da empresa se deu em reunião promovida pelo Ministério da Justiça nesta segunda-feira (10) com representantes das redes sociais. O caso foi noticiado pelo G1 e confirmada pela Folha.
O Twitter disse, na ocasião, que divulgar fotos e nomes de autores de ataques a escolas não viola as regras da plataforma. Assim, a empresa entende que não precisa fazer nada porque o termo de uso permite a divulgação de material do tipo.
Membros da pasta estão em contato com o Twitter desde a última sexta (7) com pedidos para que esses posts sejam derrubados. Somente durante o fim de semana, foram identificados no Twitter 511 perfis que fazem apologia a atos de violência e ameaças contra escolas. O Twitter, contudo, só havia apagado contas que fizeram ameaças "concretas" de ataque.
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