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Musk diz que George Soros 'odeia a humanidade' após investidor vender ações da Tesla

Magnata também comparou filantropo ao personagem Magneto e foi acusado de antissemitismo

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São Paulo (SP)

Elon Musk voltou o seu canhão de tuítes nesta semana para George Soros. Em uma série de postagens, o magnata fez ataques ao investidor filantropo, acusando-o de "odiar a humanidade" e comparando-o ao vilão da Marvel Magneto, da franquia X-Men.

Os comentários foram feitos três dias depois de o fundo de investimento de Soros anunciar que havia vendido ações da montadora Tesla, uma das companhias de Musk.

"Soros me lembra o Magneto", escreveu o bilionário sul-africano na segunda-feira (15), em uma publicação que repercutiu e rendeu acusações de antissemitismo. Isso porque Soros, assim como o personagem Magneto, tem origem judaica.

Na trama da Marvel, o vilão nascido na Alemanha consegue fugir após ser preso em um campo de concentração nazista durante a Segunda Guerra.

Já Soros é um sobrevivente das ocupações nazista e soviética da Hungria na década de 1940, que posteriormente fez fortuna no mercado financeiro e ficou famoso por ações de filantropia, notadamente pela criação da Open Society Foundations, que financia projetos de combate ao autoritarismo e à intolerância ao redor do mundo.

Um dos seguidores de Musk respondeu ao comentário afirmando que as experiências do Holocausto moldaram tanto o personagem quanto o investidor, e que Soros "era atacado sem parar por suas boas intenções por americanos que discordam de suas inclinações políticas".

Musk rebateu. "Você presume que são boas intenções. Não são. Ele quer corroer o próprio tecido da civilização. Soros odeia a humanidade."

Em outro comentário, o empresário criticou a visão do investidor sobre questões de imigração. "O público percebe que Soros quer fronteiras abertas? Literalmente, nem mesmo verificando se eles [os refugiados] são assassinos em série condenados e em fuga, o que aconteceu mais de uma vez."

Nesta quarta (17), Musk usou de ironia ao pedir desculpas pela publicação inicial, dizendo que tinha sido "muito injusto com o Magneto". Questionando após o caso sobre o hábito de tuitar mensagens virulentas e provocativas, ele afirmou, em entrevista à rede americana CNBC, que continuará falando o que quiser, mesmo que isso o faça perder dinheiro.

Além de inimigo declarado de autocratas como Donald Trump (EUA) e Xi Jinping (China), George Soros é um crítico ferrenho das grandes empresas de tecnologia, as quais considera uma ameaça ao pensamento crítico e à sociedade aberta – as suas duas grandes bandeiras.

O investidor costuma ser visto pela direita como um porta-voz do que denominam "globalismo", e não são raras teorias da conspiração que envolvem a sua figura em planos de "dominação comunista".

Jonathan Greenblatt, CEO da Liga Antidifamação, organização de proteção a judeus, afirmou em sua conta no Twitter que as falas de Musk alimentam discursos antissemitas da extrema-direita e podem encorajar extremistas.

"Soros é frequentemente caracterizado pela extrema-direita, que usa alegorias antissemitas, como a fonte dos problemas do mundo. Ver o Elon Musk, independentemente de suas intenções, alimentar esse discurso – comparando-o a um supervilão judeu, alegando que Soros "odeia a humanidade" – não é apenas angustiante, é perigoso: vai encorajar extremistas que já planejam conspirações antijudaicas", escreveu.

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