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Ativistas do MBL afirmam ter sofrido agressão na UFSC e geram onda de reações na web

OUTRO LADO: Universidade repudia ataques, diz que intervenção não foi autorizada e condena invasões a espaços educacionais

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São Paulo

Ativistas do MBL (Movimento Brasil Livre) dizem ter sofrido agressão nesta quinta-feira no campus de Florianópolis da UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina). Em vídeo publicado nas redes sociais, o ativista do movimento João Bettega afirma ter sido "espancado por esquerdistas" com uma arma branca.

Bettega fazia parte de um grupo de integrantes do movimento que estava na universidade para pintar paredes pichadas quando foram abordados por um grupo de pessoas usando máscara de proteção contra a Covid-19. Segundo eles, uma emboscada foi formada e eles foram agredidos com armas brancas. Em vídeo publicado pelo MBL, um objeto voa em direção a Matheus Faustino.

Bettega e Faustino registraram boletim de ocorrência no qual indicam que tiveram itens roubados e que João Bettega, que ficou inconsciente, foi atendido em clínica médica após a agressão.

João Bettega do MBL agredido na UFSC
João Bettega do MBL afirma ter sido agredido na UFSC - Reprodução

Em nota, a UFSC afirmou que a intervenção não foi autorizada, repudia o ataque e diz que "a Universidade condena a ação de grupos organizados, externos à instituição, que promovem invasões a espaços educacionais e atitudes que claramente expressam o desconhecimento da realidade institucional, maculando a imagem da UFSC".

Israel Russo, coordenador do MBL, compartilhou com o blog #Hashtag imagens de boletim de ocorrência feito após o caso, além de registros de pichação em parede do local, que associava o movimento ao nazismo. O MBL já foi associado ao nazismo quando o deputado Kim Kataguiri (União Brasil), um de seus fundadores, disse que achava errado a Alemanha ter criminalizado o nazismo durante um episódio do podcast Flow, em 2022.

Em nota, o MBL diz que o departamento jurídico está analisando as medidas cabíveis ao caso. "Sem dúvidas será judicializado, não ficarão impunes. Trata-se de um atentado premeditado à vida de um membro do Movimento Brasil Livre, o que também representa um ataque frontal à liberdade de expressão e manifestação. Não iremos tolerar tal perseguição política e muito menos uma tentativa de homicídio."

Pichação em paredes da UFSC com dizeres contra o MBL
Pichação em paredes da UFSC com dizeres contra o MBL - Reprodução

Nas redes sociais, o MBL promove uma caçada aos supostos agressores, identificados como "mascarados" e "bandidos de esquerda". Em seu perfil, Bettega compartilhou uma nota oficial em que afirma ter sido vítima de suposta "tentativa de homicídio". Nos comentários, apoiadores do movimento se solidarizam com o ativista, enquanto opositores questionam qual seria o tratamento dado caso fosse uma pessoa LGBTQIA+ espancada.

Alguns parlamentares, como o senador Sergio Moro (União Brasil), o deputado federal Nikolas Ferreira (PL), saíram em defesa do movimento e repudiaram a ação dos agressores.

Apoiadores evocaram também a figura do ministro dos Direitos Humanos e da Cidadania do Brasil, Silvio de Almeida, como "mestre dos magos".

Opositores ironizam a situação e apontam: "uma solução para o MBL parar de apanhar é não viver de intimidação e exposição de estudantes".

Espancado por e-girls.

"Leva pra casa".

"Ué"

"Mó vacilo"

Leia a íntegra das notas da UFSC e MBL.

"A respeito do incidente ocorrido no Campus de Florianópolis da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) nesta quinta-feira, 13 de julho, em que um jovem alega ter sido agredido, a Universidade se manifesta repudiando qualquer ato de violência em suas dependências, contra qualquer pessoa. Ao mesmo tempo informa que a sua Secretaria de Segurança Institucional, através dos seus servidores, se colocou à disposição dos envolvidos no episódio. A UFSC está tomando ciência de todo o acontecido para avaliar medidas cabíveis ao caso. Inicialmente, sabe-se que houve acesso e intervenções não autorizadas pela Instituição no prédio do Centro de Convivência, edificação que está parcialmente inoperante e que tem áreas sem condições de uso. A situação atual do prédio é reflexo da falta de repasse de verbas nos últimos anos. No entanto, a UFSC informa que já reservou recursos do orçamento de 2023 para iniciar a reforma da edificação. Cabe destacar que a Universidade condena a ação de grupos organizados, externos à instituição, que promovem invasões a espaços educacionais e atitudes que claramente expressam o desconhecimento da realidade institucional, maculando a imagem da UFSC."

"Nosso jurídico está analisando quais serão as medidas cabíveis ao caso, mas sem dúvidas será judicializado, não ficarão impunes. Trata-se de um atentado premeditado à vida de um membro do Movimento Brasil Livre, o que também representa um ataque frontal à liberdade de expressão e manifestação. Não iremos tolerar tal perseguição política e muito menos uma tentativa de homicídio. Por ter ocorrido no espaço da Universidade e as agressões terem sido efetuadas por supostos estudantes da instituição, esperamos a colaboração da mesma para identificar os criminosos, de modo que eles respondam no âmbito criminal."

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