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Threads: 5 motivos pelos quais a nova rede da Meta não irá bombar

Nenhuma rede social ocupou um espaço significativo da história ao tentar ser uma rede anterior, caso do Threads

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Porto Alegre

Koo, Mastodon, Bluesky. Várias redes já tentaram ser o "novo Twitter", sem sucesso. A bola da vez é o Threads, lançado pela Meta nesta quarta-feira (5).

Para não repetir o fracasso das outras, a Meta apostou em importar os contatos do Instagram, rede social com mais de 1,5 bilhão de usuários ativos. Partir de uma base potencial gigantesca de novos usuários, porém, não garante o sucesso.

Listo neste post cinco motivos pelos quais considero que a nova rede social da Meta não irá bombar.

Logotipo do Threads e da Meta.
Página de abertura do Threads, um aplicativo do Instagram. Mais de 10 milhões de pessoas se inscreveram no app lançado pela Meta para concorrer com o Twitter. - Stefani Reynolds / AFP

CADÊ O VÍDEO?

Em média, as pessoas assistem a 84 minutos de vídeos por dia. Em plena era dos vídeos, quase não há vídeos na Threads. O TikTok, rede social apenas de vídeo, tem mais de um bilhão de usuários ativos. Desde que o app estourou na pandemia, a Meta lançou uma série de recursos, incluindo o Reels no Instagram e no Facebook, para competir com a plataforma chinesa. Apostar no modelo anterior, de texto, é uma estratégia arriscada, fora do espírito do tempo e na contramão de todos os movimentos anteriores da própria Meta.

FRACASSOS RECENTES

Das grandes civilizações ao mundo do futebol, o domínio muda de mãos de tempos em tempos. O império que a Meta possui é ainda gigantesco, mas não dá para viver do histórico no mundo da tecnologia. Desde o Facebook, tudo que a Meta lançou não emplacou, de óculos de realidade virtual a metaverso. Instagram e WhatsApp são dois sucessos, mas ambos comprados no momento certo por bilhões de dólares. O Instagram Stories e o Reels, esses sim bem-sucedidos, foram respostas (e cópias) a Snapchat e TikTok, respectivamente. Otimistas podem dizer que a Meta se dá bem nesse cenário de imitação —e de fato não há nada original no Threads, que está sendo chamado de "Twitter 2". Tanto Stories quanto Reels foram feitos dentro do ecossistema do Instagram e não em um separado, como é o Threads, o que dificulta a migração em massa.

O NOVO PELÉ

O Twitter sempre foi uma rede social nichada e muito menor em número de usuários frente a Facebook, Instagram, TikTok, YouTube, mas manteve sua relevância ao longo dos anos por ser a praça pública da internet. O Threads deseja ocupar esse espaço ao querer ser o novo Twitter. No entanto, nenhuma rede social ocupou um espaço significativo da história ao tentar ser uma rede anterior. Do Orkut ao TikTok, todas tinham algo original e foram lançadas no timing correto. Koo, Mastodon e Bluesky mostram que querer ser o novo Twitter dá tão certo quanto os jogadores que eram chamados de "novo Pelé" nas categorias de base.

DO BOOM AO FLOP

O roteiro é sempre igual. Nos primeiros dias a nova rede social bomba, análises e artigos dão como certa a morte do Twitter, influenciadores avisam em todas as outras plataformas a @ na nova rede e… nada acontece. Não há uma migração em massa para valer. O Twitter segue sendo o Twitter. Dessa vez, a ameaça é muito maior porque há o poder e o dinheiro da Meta por trás. No entanto, é mais difícil mover usuários de uma rede para a outra do que parece. As pessoas acostumam-se com uma plataforma e muitas vezes ficam nela pela comodidade, porque não querem ter que aprender algo novo. O Facebook, da própria Meta, dado como morto, tem simplesmente 2 bilhões de usuários ativos. Em resumo, os mais jovens estão no TikTok, os mais velhos no Facebook, todo mundo no Instagram, quem vai para o Threads?

ERA DA DESFRAGMENTAÇÃO

Não é que essas redes (Koo, Mastodon, Bluesky) sejam totalmente irrelevantes. Já capturaram seus milhões de usuários ativos. Mas elas reforçam um movimento que começou a ganhar força nos anos 2020, o da desfragmentação da internet. No início da era digital, nós saíamos do mundo real, ligávamos o computador e entrávamos na internet. A partir do iPhone, em 2007, passamos a viver na era dos celulares móveis e dos aplicativos, o que nos condenou à conexão perpétua. A Meta, com o Facebook na primeira metade da década de 2010, e depois com Instagram, na segunda, conseguiu dominar completamente o universo das redes sociais. O jogo mudou com a entrada do TikTok na pandemia, quando ela viu seu reinado ameaçado pela primeira vez. E a tendência é de que nessa década de 2020 haja uma diversificação cada vez maior no consumo digital: novas redes sociais, podcasts, newsletters, apps de inteligência artificial…

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