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Ex-PM viraliza minimizando pena por violar corpos de mulheres em necrotério

Evandro Guedes, fundador da Alfacon, chegou aos trending topics no X; OUTRO LADO: Alfacon diz que vídeo foi editado para 'fazer parecer que professor é praticante do crime'

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São Paulo

O ex-policial militar Evandro Bitencourt Guedes tem sido criticado após um vídeo em que aparece menosprezando a pena sobre vilipêndio viralizar nas redes sociais nesta segunda-feira (5) e ficar entre os trending topics do X, antigo Twitter.

"Aí você está lá e vem uma menina do Pânico da TV morta. Meu irmão, com aquele 'rabão'. E ela infartou de tanto tomar 'bomba' na porta do necrotério e tu levou lá para dentro. Duas da manhã, não tem ninguém. Você bota a mão. Quentinha ainda. O que você vai fazer? Vai deixar esfriar? Meu irmão, eu assumo o fumo de responder pelo crime", diz ele no vídeo.

Embora não faça mais parte do quadro de funcionários, Guedes é fundador da Alfacon, empresa que oferece cursos preparatórios para concursos públicos.

Nas imagens, Guedes aparece com a camiseta da Alfacon durante uma aula e apresenta aos alunos uma situação hipotética na qual um jovem virgem encontra em uma sala de necropsia uma assistente de palco do programa "Pânico".

Em seguida, Guedes sugere usar um secador para o momento de o corpo da mulher "esfriar" e minimiza a pena pelo ato. "É crime? É. [...] Tem que responder pelo crime. Mas a pena é desse tamanhozinho. Vale a pena responder."

O vídeo foi republicado em vários perfis. As postagens acusam Guedes de incentivar a necrofilia e a violação de corpos de mulheres mortas. Associada ao vídeo, a palavra "nojento" apareceu em mais de 11,6 mil postagens e foi alçada aos tópicos mais comentados da rede.

Guedes respondeu em uma live após a repercussão do vídeo. Disse que o usuário "não viu que era uma aula de direito penal" e que sua fala consistia numa ficção jurídica.

Também afirmou que não defendeu no vídeo o abuso de mulheres. "Primeiro que, se ela está morta, ela não é mulher, ela é um defunto. Não é mais uma pessoa viva, não tem personalidade jurídica". Procurado pelo #Hashtag, o ex-PM não respondeu até a publicação desta reportagem.

Em nota enviada ao blog, a Alfacon afirma que "entende a indignação demonstrada nas redes sociais, pois o vídeo foi editado de forma a parecer que o professor em questão era praticante do crime, o que não é verdade". Segundo a empresa, a íntegra do vídeo "deixa claro que se trata apenas de um exemplo fictício e caricato para ilustrar uma situação do direito penal".

A Alfacon diz ainda que a empresa "respeita o ser humano acima de qualquer coisa", e que o vídeo foi retirado do YouTube para que "nenhuma pessoa mais faça mau uso do conteúdo e em respeito a todos que possam se sentir ofendidos com a colocação".

Não é a primeira vez, entretanto, que Guedes e outros ex-professores do curso são acusados de apologia
ou incentivo a atos ilegais.

Em 2019, a Polícia Civil de São Paulo abriu um inquérito para investigar vídeos em que Guedes e outro professor da Alfacon, Norberto Florindo Júnior, aparecem relatando espancamentos e assassinatos que teriam cometido enquanto estavam na ativa. A investigação, entretanto, foi abandonada no ano seguinte.

Em maio de 2022, o Ministério Público do Paraná também abriu inquéritos, civis e criminais, para investigar a a conduta de professores e ex-professores da instituição.

Veja outros vídeos de Evandro Guedes:

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