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Trump ganha 810 mil seguidores no Instagram após atentado; Biden, sete mil

Nas redes, ex-presidente amplia popularidade com episódio e aumenta vantagem sobre adversário democrata

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São Paulo

Colhendo frutos de sua própria tragédia, Donald Trump ganhou 810 mil seguidores no Instagram em apenas três dias, desde que foi ferido em um ataque a tiros durante um comício na Pensilvânia, no sábado (13), até esta terça-feira (16).

A rede social da Meta tem o segundo maior público do republicano na internet, com 25 milhões de usuários e perde apenas para o canhão de 87 milhões no X (antigo Twitter).

Apesar disso, o republicano mantém a decisão de abandonar o X, tomada quando foi banido da plataforma em 2021. O ex-presidente dos EUA teve, posteriormente, os acessos restaurados por Elon Musk, quando o empresário comprou a empresa em 2022. A última postagem foi feita há 11 meses, com sua foto de fichamento na cadeia.

O ex-presidente americano Donald Trump, à esquerda, e o presidente Joe Biden, à direita - Brendan Smialowski/AFP/AFP

Ainda assim, o boom de seguidores no Instagram amplia uma dianteira relevante em relação ao presidente dos Estados Unidos Joe Biden, seu principal concorrente à Casa Branca, que está atrás com 19 milhões de seguidores na rede.

No mesmo período, de sábado (13) até terça (16), Biden acumulou 7 mil seguidores na plataforma, e vê sua campanha minguada também na forma de estagnação nas redes.

O democrata não possui público maior do que Trump em nenhuma das principais plataformas de mídia, embora conte com o alcance privilegiado de contas com selo oficial da Presidência –e apesar de Trump ter sofrido banimentos e suspensões de suas contas nos últimos anos, na esteira da invasão ao Capitólio.

Nas últimas semanas, aliás, Biden registrou resultados negativos. No período 1º a 12 de julho, ou seja, até um dia antes do atentado, Trump ganhou 53 mil seguidores no Instagram, enquanto Biden perdeu 1,3 mil – provável efeito do mau desempenho no debate e das incertezas sobre sua continuidade na corrida eleitoral.

Os dados, compilados pela empresa de consultoria Vert.se/Zeeng, reforçam a impressão de que Trump se beneficia imediatamente do atentado de que foi vítima, aos menos em popularidade nas redes.

Além do Instagram, o levantamento também registrou crescimentos acima da média do ex-presidente em outras duas plataformas –sendo 147 mil no Facebook e 30 mil novos inscritos no YouTube desde o sábado (13).

Biden, por sua vez, aumentou sua base em 2 mil no Facebook e 3 mil no YouTube, no mesmo intervalo.

Surpreendentemente, Trump não utilizou as fotografias virais do atentado para impulsionar seu engajamento na internet. Ele não publicou em nenhum dos seus perfis oficiais os registros, já considerados históricos, em que aparece ensanguentado e erguendo o punho logo depois de ter tido a orelha perfurada por um tiro.

Do seu círculo mais próximo, os seus filhos Donald Trump Jr. e Eric Trump divulgaram as imagens.

Apoiadores do ex-presidente, entretanto, não param de replicar gifs e montagens da cena em seções de comentários com a legenda "Lute! Lute!" e outras variações. A frase foi dita por Trump após o ataque e reflete a imagem de quase mártir pela qual muitos seguidores passaram a vê-lo.

O republicano adotou postura relativamente sóbria em suas contas logo após o ataque. No Instagram, ficou quieto até postar um retrato próprio com a legenda "América unida!", dois dias depois. No Youtube, não há conteúdos que mencionam diretamente o episódio.

Já no Facebook e na Thruth Social, rede fundada por ele mesmo onde mantém uma comunicação mais direta com trumpistas, publicou uma mensagem em que agradecia pelo apoio e pelas orações de apoiadores.

Apenas nesta quarta-feira (17), ele fez um post mais ao estilo Trump no Thruth Social, com um meme que compara os tropeços em escadas de Joe Biden a sua reação ao ataque a tiros.

Mas o aumento da popularidade nas redes significa mais votos para os candidatos? Não necessariamente, segundo Carol Zaine, CEO da Vert.se/Zeeng, responsável pelo levantamento.

"O crescimento de novos seguidores não indica um aumento de votos para um candidato, mas representa um número de pessoas que passa a consumir o conteúdo deste presidenciável e, ao acompanhá-lo nesses canais, pode sim definir seu voto", avalia.

Ela aponta que os novos seguidores podem ter sido atraídos por sentimentos de comoção e solidariedade, já que o ataque mostrou um lado vulnerável de Donald Trump que o humaniza. "A questão agora é como aproveitar essa nova audiência, independentemente da razão pela qual o começaram a seguir Trump", continua.

"Em uma eleição tão acirrada, cada eleitor indeciso que é convertido faz a diferença. Resta saber qual estratégia de comunicação sua equipe adotará nesses canais para se conectar e conquistar àqueles novos seguidores que ainda têm dúvidas."

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