O mundo recebeu neste 8 de setembro a notícia da morte da Rainha Elizabeth II, do Reino Unido, poucas horas depois do anúncio sobre a convocação de sua família após ela ter sido colocada sob observação médica. O comunicado oficial falava sobre preocupação, mas destacava que ela estava confortável. Destaco: confortável.
Seu último evento oficial foi há apenas dois dias, quando nomeou Liz Truss como nova primeira-ministra do Reino Unido. A Rainha se encontrava em Balmoral, castelo onde passou parte de sua infância, foi pedida em casamento pelo Príncipe Philip e passou momentos de intimidade com a sua família.
Após a notícia sobre o agravamento de seu estado de saúde, não houve menção em relação à hospitalização, ou a procedimentos que visassem prolongar a sua vida artificialmente. Não pretendo aqui fazer especulações sobre o seu quadro clínico, nem fazer falsos paralelos com tantas pessoas que morrem sem assistência adequada, que Elizabeth certamente teve em sua residência. O tema em questão são intervenções fúteis durante o processo de morte. É certo que a opção da Rainha sobre morrer onde se sentia acolhida, sem tratamentos que pudessem prolongar seu sofrimento e agonia, foi determinante para o local e modo como foi cuidada em seus momentos derradeiros.
Destaco que, antes da causa da morte, provavelmente pouco relevante, a família real destacou que a rainha morreu pacificamente em Balmoral.
Elizabeth II, no seu ocaso, nos deixa uma reflexão sobre a finitude que será permanente: morrer pacificamente é um horizonte.
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