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Música em Letras - Carlos Bozzo Junior
Carlos Bozzo Junior
Descrição de chapéu

Cantora Liz Rosa faz show em São Paulo

Radicada em Nova York, a artista concedeu entrevista ao blog

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A cantora potiguar mezzo-soprano radicada em Nova York, Liz Rosa, sobe ao palco do Blue Note, em São Paulo, nesta quinta-feira (15), às 20h, relembrando o programa de TV "O Fino da Bossa", que ficou no ar de 1965 à 1967. Estrelado por Elis Regina (1945-1982) e Jair Rodrigues (1939-2014), com convidados especiais como Dorival Caymmi (1914-2008) e artistas em ascensão como Gilberto Gil, o programa foi um dos grandes sucessos da Record.

Leia, a seguir, como será o show de Elis Rosalina Gomes da Silva, a Liz Rosa, que amealha 20 anos de sólida careira. Nascida em Natal (RN) há 36 anos, a cantora mora desde 2016 em Nova York, para onde retornará após realizar mais um espetáculo no Brasil, no dia 21, no Rio de Janeiro.

Em foto colorida, a cantora potiguar, radicada em Nova Iorque, Liz Rosa posa sorrindo para a câmera
A cantora potiguar, radicada em Nova Iorque, Liz Rosa - Pedro Medeiros/Divulgação

Por que você se mudou para Nova York?

Morei no Rio de 2007 a 2016, depois fui para Nova York para investir na minha carreira nos Estados Unidos. Tirei um visto de artista e fui me aventurar. Acabei me apaixonando e lá estou.

Como é para uma cantora morar atualmente em Nova York?

Olha, para mim Nova York é a cidade mais incrível para se viver de música. O nível dos dos artistas é altíssimo e você tem contato com gente do mundo inteiro. Te obriga a crescer e a se misturar com outras culturas. A cidade tem uma efervescência diária.

Qual é sua formação em música?

Como boa parte dos artistas de minha cidade [Natal], nunca estudei música. Minha escola foi na noite natalense, mais tarde no Rio de Janeiro e, depois, mundo afora. Cantei de tudo um pouco, como axé, forró, MPB, rock e jazz. Contudo me descobri, muito cedo, dentro da cena do jazz brasileiro.

Qual a maior lição que você teve para poder cantar bem?

Ouvir. Um ouvido bem treinado é essencial para ser um bom músico. Tanto ouvir musicalmente quanto ouvir os conselhos dos mais experientes.

O que é cantar?

Cantar é tocar o coração das pessoas com palavras melódicas.

Como adquirir maturidade para esse ofício?

Tempo. É igual a vinho, quanto mais tempo, melhor fica.

O que é mais gratificante para quem canta?

Para mim, o olhar emocionado da plateia e dos músicos que dividem o palco comigo.

O que é mais frustrante para quem canta?

Gente falando no meio do show.

Como você lidou no período da pandemia com o trabalho?

Nossa, para mim foi um período de constante luto. Porque a minha existência e o palco se confundem. Foi muita terapia. Agora com a volta me sinto viva novamente.

Você já se apresentou no II Cotai Jazz & Blues Festival, em Macau, na China, em 2013, além de outros festivais e clubes de jazz como o Festival Internacional de Jazz de Punta del Este, no Uruguai; o Rigas Ritmi Jazz Festival, em Riga, na Letônia; no Hot Club de Portugal, em Lisboa; no Jazz at The Lyric Theater, em Toronto; no Canadá e no Jazzahead, em Bremen, na Alemanha. Agora fará um show no Blue Note de São Paulo. Quais são suas expectativas para esse espetáculo?

Estou muito feliz e ansiosa em poder fazer meu primeiro show em São Paulo, cantando um repertório que amo, uma homenagem ao programa "Fino da Bossa", e mostrar minha bagagem adquirida nesses 20 anos de dedicação à música brasileira.

Descreva o show e o que a motivou realizá-lo?

Pensei num repertório que me representasse e que tivesse alguma importância pra cidade de São Paulo. O "Fino da Bossa" foi um marco na história da TV e da música brasileira como um todo. São Paulo exportava os maiores compositores da MPB, além de consagrar os gigantes Jair Rodrigues e Elis Regina. Meus ídolos!

Quem são os músicos que a acompanham nesse show?

Débora Gurgel no piano; Conrado Goys, na guitarra; Iury Batista, no baixo; e Paulinho Vicente, na bateria. Roteiro e direção ficaram por minha conta, e os arranjos são de Misha Piatigorsky [pianista russo] e Ricardo Silveira [guitarrista brasileiro].

O que pesou na escolha desses profissionais para o espetáculo?

São músicos que admiro muito. A Débora e o Conrado são amigos queridos e excelentes profissionais, que conheço há alguns anos. O Iury é um jovem talentoso, nordestino como eu, que conheci durante a pandemia, e Paulinho Vicente é esse baterista cheio de suingue, que também conheci durante a pandemia. Ou seja, foi "feeling" e bem querer.

Fale sobre o repertório do espetáculo.

O repertório é permeado por bossa nova e samba jazz. Vai desde Ary Barroso, passando por Jobim, Edu Lobo, Gil e tantos outros. É um repertório rico e, pra mim, afetivo. Todos os arranjos são novos, com minha cara. Entre as músicas estão garantidas "Preciso Aprender a Ser Só", de Marcus Valle e Paulo Sérgio Valle; "Roda", de Gilberto Gil, e "Pra Dizer Adeus", de Edu Lobo e Torquato Neto.

O que as pessoas devem ter em mente quando forem ao seu show?

Preparem-se para uma viagem no tempo. Tragam lencinhos pra se emocionarem e rirem um bocado.

SHOW LIZ ROSA QUINTETO NO FINO DA BOSSA

QUANDO Quinta-feira (16), às 20h

ONDE Blue Note São Paulo, av. Paulista, 2073, Bela Vista, São Paulo, tel. (11) 94745-9694

QUANTO De R$ 45 a R$ 90

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