O Mundo É uma Bola

O Mundo É uma Bola - Luís Curro
Luís Curro

ChatGPT, o robô da moda, prevê resultado de jogo de futebol, e erra

Site relata a descrição que inteligência artificial fez de Manchester City x Arsenal pela Copa da Inglaterra

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Primeiramente, é relevante avisar que sou meio um dinossauro em relação a assuntos de tecnologia.

Por relutância ou por falta de interesse, geralmente fico alheio a acontecimentos dessa área que traz novidades constantes e, reconheço, avanços significativos para a sociedade.

Para mim, depois que passamos a ter acesso à internet (em meados dos anos 1990), usada diariamente para uma infinidade de coisas (profissionais ou pessoais), o que de fato fez e faz diferença em termos de aplicativo é o WhatsApp, um tremendo facilitador na comunicação.

Tenho conta faz anos no Twitter, Facebook e Instagram, mas não lembro sequer por que as abri. Mal uso essas redes sociais, nem sei de cabeça qual é o meu perfil em cada uma delas, muito menos as senhas, que vivo tendo de recuperar.

Enfim, sou, à beira dos 50 anos, um deslocado do mundo moderno na tecnologia.

Faço essa introdução para comentar a respeito do tal ChatGPT, sobre o qual pouco li –pois, conforme exposto, tenho quase nenhum interesse nessa alçada–, e tem sido um dos assuntos do noticiário recente.

Robô chatbot destinado a conversas virtuais, ele está sendo apresentado como algo revolucionário na IA (inteligência artificial), pois dizem que "interage com humanos de forma realista".

Tela de celular exibe logo do chatbot ChatGPT
Tela de celular exibe logo do ChatGPT, chatbot que tem tido grande exposição na mídia - Lionel Bonaventure - 23.jan.2023/AFP

O ChatGPT virou moda, e seu fabricante (OpenAI) deve estar vibrando, vislumbrando o lucro que pode ter com a versão paga da máquina, que pode ser lançada em breve.

O que esse "robô sabe-tudo" (na definição de um site especializado em tecnologia) tem a ver com futebol?

Não tinha nada, até que alguns dias atrás eu recebi um email que afirmava que o Sportslens (site que produz conteúdo esportivo e também oferece apostas) tinha usado o ChatGPT para prever o resultado de Manchester City x Arsenal, pela Copa da Inglaterra.

"Usando dados de planilhas antigas e [considerando] a forma atual de ambos os times, a IA fornece um relatório exclusivo da partida", propagandeava o texto.

Curioso, li o release, no qual o robô fazia o relato dos trechos mais importantes dessa partida, que seria realizada na sexta-feira (27), em Manchester, e cravava vitória do time londrino por 2 a 1.

Na descrição do ChatGPT, Nketiah abriu o placar para o Arsenal, tendo depois o Man City desperdiçado um pênalti (batido por Mahrez e defendido por Ramsdale) e chegado ao empate com De Bruyne. O gol da classificação dos visitantes foi de novo de Nketiah, que tem substituído o brasileiro Gabriel Jesus (lesionado).

Será? Fiquei descrente, porém, se o resultado do confronto fosse 2 a 1 para o Arsenal, e houvesse acontecimentos que se assemelhassem aos narrados pelo badalado chatbot, o ChatGPT ganharia mais crédito e ficaria ainda mais valorizado como produto.

Usando camisa azul clara, o holandês Aké comemora correndo e sorrindo ao fazer o único gol de Manchester City versus Arsenal pela Copa da Inglaterra, no Etihad Stadium, em Manchester
O holandês Aké fez o único gol de Manchester City x Arsenal pela Copa da Inglaterra, no Etihad Stadium, em Manchester - Oli Scarff - 27.jan.2023/AFP

Minha descrença fazia sentido. Deu Manchester City, 1 a 0, gol do zagueiro Aké. Não teve gol de Nketiah nem de De Bruyne, não teve pênalti, o goleiro Ramsdale nem jogou –ou seja, a IA errou até na escalação.

Foi, de certa forma, um alívio. Basta para que se reforce o que sempre se soube: nenhuma máquina, por mais inovadora ou sofisticada que seja, tem ou terá a capacidade de prever o futuro. Isso fica para os filmes de ficção.

Na vida real, ainda bem, o futebol continuará nos trazendo emoções inesperadas, recheadas de imprevisibilidade, um dos ingredientes que nos fazem gostar tanto dele.

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