O Mundo É uma Bola

O Mundo É uma Bola - Luís Curro
Luís Curro
Descrição de chapéu Futebol Internacional

Leverkusen caminha para se livrar da alcunha Neverkusen

Invicto há 40 jogos, time lidera com folga e deve ser campeão na elite nacional alemã pela 1ª vez, rompendo reinado do Bayern

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Torcida do Bayer Leverkusen no jogo diante do Wolfsburg pela Bundesliga; à frente dela, uma faixa com a inscrição "forza"
Torcida do Bayer Leverkusen na vitória por 2 a 0 contra o Wolfsburg pela Bundesliga na BayArena, casa do líder do campeonato - Thilo Schmuelgen - 10.mar.2024/Reuters

Fundado em 1904, o Bayer Leverkusen é um dos clubes mais conhecidos e tradicionais da Alemanha.

Traz consigo faz algum tempo, entretanto, um apelido depreciativo: Neverkusen. A troca do "L" pelo "N" faz o nome do time ter até a metade a palavra inglesa "never", que significa "nunca".

A alcunha, criada pela mídia inglesa, data de 2002, quando o Leverkusen esteve muito perto de ganhar três campeonatos, o Alemão, a Copa da Alemanha e a Champions League, sucumbindo na decisão nos dois últimos.

Ademais, de 1997 a 2002, o time da cidade situada no oeste da Alemanha e fundado por membros de uma empresa farmacêutica (aquela do slogan "se é Bayer, é bom"), acumulou quatro vice-campeonatos da Bundesliga –o título em 2000 foi perdido na rodada derradeira.

Assim, apesar de ser geralmente um time bom, chegou no máximo a vice da principal competição do país, não atingindo o patamar de ótimo ou excelente.

Quatro jogadores do Bayer Leverkusen se abraçam em um círculo para comemorar gol na vitória por 3 a 0 sobre o Bayern de Munique, na BayArena
Jogadores do Bayer Leverkusen se abraçam para comemorar gol na vitória por 3 a 0 sobre o Bayern de Munique no Campeonato Alemão, na BayArena - Ulrich Hufnagel - 11.fev.2024/Xinhua

O "nunca" refere-se primordialmente ao fato de o Leverkusen jamais ter conseguido, em toda a sua história, faturar o campeonato nacional –disputou a divisão de elite pela primeira vez em 1951.

Suas maiores conquistas até hoje são a Copa da Alemanha em 1993 e a Copa da Uefa em 1987, quando o meia-atacante brasileiro Tita (campeão do Mundial interclubes com o Flamengo de Zico em 1981) fez gol na decisão contra o Español, da Espanha.

Neste ano, contudo, o Leverkusen tem tudo para se livrar do nefasto Neverkusen.

Dirigido com competência pelo técnico espanhol Xabi Alonso (ex-volante de Liverpool, Real Madrid e Bayern de Munique e campeão com a Espanha na Copa do Mundo de 2010), aos 42 anos um novato na profissão, o time tem dez pontos de distância (67 a 57) para o Bayern faltando nove rodadas para o final da Bundesliga.

Tem muito campeonato ainda? Sim, cerca de um quarto, e há sempre o Botafogo de 2023 a ser lembrado –sucumbiu no Brasileiro após uma vantagem de 13 pontos.

E ter na perseguição o gigantesco Bayern, único campeão da Bundesliga desde 2012 (11 títulos consecutivos), não deixa ninguém totalmente tranquilo.

Porém a solidez mostrada até aqui pelo Leverkusen (zero derrota e a melhor defesa do campeonato), somada à inconstância do Bayern (que empatou um jogo e perdeu outro diante do líder, ou seja, não há mais confronto direto), faz muita gente acreditar que "desta vez vai".

Xabi Alonso, técnico do Bayer Leverkusen, sorri sem mostrar os dentes antes do jogo com o Darmstadt na Bundesliga
O espanhol Xabi Alonso, técnico do Leverkusen, antes do jogo com o Darmstadt na Bundesliga - Kirill Kudryavtsev - 3.fev.2024/AFP

A temporada impressiona. O Leverkusen detém uma invencibilidade de 40 partidas (35 vitórias e 5 empates), iniciada no dia 2 de agosto de 2023, incluindo Campeonato Alemão, Copa da Alemanha, Liga Europa e amistosos. São mais de nove meses sem perder.

Na semana passada, a equipe esteve pertíssimo de ter a série quebrada na Liga Europa, no jogo de ida das oitavas de final, em Baku (Azerbaijão), contra o Qarabag. Perdia por 2 a 1 até os acréscimos do segundo tempo, quando o centroavante tcheco Patrik Schick empatou.

Além de Schick, os principais destaques do elenco são os alas Frimpong (holandês) e Grimaldo (espanhol), os meias Wirtz e Hoffman (alemães), o goleiro Hradecky (finlandês), o zagueiro Tah (alemão) e o atacante Boniface (nigeriano).

A fase definitivamente é boa, a confiança está nas alturas, e é preciso que a "entidade" Neverkusen aja de maneira arrasadora para impedir que ela própria se transforme, daqui a algumas semanas, em uma expressão pretérita.

Em tempo: O Leverkusen conta com um brasileiro, o lateral direito Arthur, 20, ex-América-MG e seleção sub-20. Ele quase não foi utilizado por Xabi Alonso, devido a seguidas lesões: atuou em só três partidas na temporada, como substituto, sempre em agosto de 2023, em um total de 54 minutos.

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