A guerra na Ucrânia acentuou a tendência de alta na inflação em Portugal, que chegou a uma taxa de 5,3% em março: o maior valor registrado desde 1994.
Os dados, ainda preliminares, foram divulgados nesta quinta-feira (31) pelo INE (Instituto Nacional de Estatística) e são comparados ao período homólogo do ano anterior.
O aumento de preços no país foi puxado do sobretudo pelo encarecimento da energia, que teve alta de 19,8%, e dos bens alimentares, com inflação de 5,9%.
Ambos os setores são diretamente afetados pelo conflito entre a Rússia e a Ucrânia.
Apesar do resultado, a inflação em Portugal ainda está abaixo daquela registrada em outros países europeus.
Números divulgados na última quarta-feira (30) mostram que a Espanha teve uma inflação de 9,8%, e a Alemanha, de 7,3%.
Desde o começo da guerra, diversas associações do setor agropecuário e do varejo em Portugal alertam para uma possível onda de aumentos de preços dos gêneros alimentícios.
Tradição portuguesa, o pão é um dos itens em que já se espera aumento. Antes da guerra, a farinha de trigo, o principal ingrediente da receita, já acumulava mais de 30% de alta em 12 meses.
Já o encarecimento do milho no mercado internacional deve pesar especialmente na pecuária e na avicultura do país. Portugal tinha na Ucrânia o maior fornecedor desse cereal, que é matéria-prima para a ração dos animais.
Nas últimas semanas, as autoridades portuguesas vêm buscando maneiras de diminuir os impactos do aumento do preço dos combustíveis.
Entre as principais medidas adotadas estão a redução do imposto sobre produtos petrolíferos e o aumento do subsídio mensal que o governo vem oferecendo aos motoristas.
No começo do mês, quando o preço dos combustíveis começou a aumentar, o valor mensal do chamado Auto Voucher, em vigor desde novembro de 2021, quadruplicou: passando de 5 euros (R$ 26,26) para 20 euros (R$ 105).
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