Praça do Leitor

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Interação

Chore em casa, sorria na rua

Para leitor, reclamações públicas são sinal de fraqueza

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Gregório José

O mundo de lamentações, queixas e lamúrias está cada vez mais surpreendente no momento atual, seja na cidade, no estado ou no país que for. Reclamar é mais fácil e comove muito mais pessoas, principalmente aquelas que gostam de colocar culpa por suas falhas, fracassos, decepções e não conquistas no outro.

Silhueta de homem sentado à beira de uma cama com ideia de tristeza
Woraphon / adobe stock

Conheci um empresário de renome que chegou do Nordeste para o Centro-Sul brasileiro. Veio junto com o irmão, fugindo da falta de oportunidades e para ganhar dinheiro. Deixaram familiares e vieram, ainda jovens, tentar a sorte.

No primeiro emprego foram para uma obra em um prédio comercial. O local tinha muitos trabalhadores com pouco estudo e a empresa fez parceria, abrindo uma sala de Telecurso do 1º Grau. Deveriam parar às 16h e estudar até 19h. Um aceitou, o outro achava que, para ficar ali após 17h, tinha que receber hora extra e não estudou.

Depois veio o Telecurso do 2º grau. Aquele que aceitou estudar continuou, o outro ficou parado. Concluído o curso, passou a meio oficial e auxiliar de almoxarife. Fez um curso de administração, passou a ganhar mais, casou e teve filho. O outro também casou e tinha filhos. O que estudou foi elevado a gerente de obras, depois de setor, formado em administração virou diretor. Fez mais cursos, economia e direito. Quinze anos depois de entrar na obra como servente de pedreiro estava pronto a assumir a presidência do grupo.

O irmão, bom, tinha sido promovido a pedreiro. Na posse do irmão como presidente do grupo, comentou com um colega de serviço: "Ele é meu irmão". E o colega, tentando entender, indagou como era possível, um ser pedreiro e o outro diretor-presidente? O que decidiu parar no tempo respondeu: "Meu irmão teve mais sorte na vida do que eu!"

Enfim, isso é possível com todos que não temem crescer e se tornar alguém na vida. Reclamar na rua é mostrar fraqueza, ainda mais quando aqueles a quem choramos nossas mágoas pouco podem fazer por nós. Então não merecem presenciar nosso choro.

Em casa, pelo menos poderemos dizer que choramos por não termos a coragem de arriscar um pouco mais e ousar aprender. Assim é na vida. Aprendamos com nossas próprias fraquezas!


Gregório José é jornalista, radialista e filósofo, pós-graduado em gestão escolar, em ciências políticas e em mediação e conciliação; tem MBA em gestão pública.

O blog Praça do Leitor é espaço colaborativo em que leitores do jornal podem publicar suas próprias produções. Para submeter materiais, envie uma mensagem para leitor@grupofolha.com.br

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