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Trens do Rio adotam sistema inédito no país que acelera inspeção de rede para evitar falhas

Concessionária buscou na Austrália solução que é utilizada em outros quatro países, entre eles EUA

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Os trens que operam na região metropolitana do Rio de Janeiro passaram a contar com um novo sistema de inspeção da rede aérea de energia que abastece o trem, mais rápido que a inspeção humana e que gera economia de recursos.

O sistema de detecção de colisões de pantógrafos está em operação desde junho na SuperVia, concessionária que administra 270 quilômetros de trilhos no Rio e em outras 11 cidades.

Ele monitora a catenária, cabo da rede aérea que fica em contato com os pantógrafos do trem, transmitindo energia para os veículos, e tem condições de inspecionar todos os trechos em sete dias, ante os 22 meses necessários para a inspeção humana.

Trem da SuperVia, responsável por 270 km de trilhos, em operação no Rio de Janeiro
Trem da SuperVia, responsável por 270 km de trilhos, em operação no Rio de Janeiro - Divulgação/SuperVia

O sistema, similar a um tablet, é instalado sobre os trens, fixado aos pantógrafos, e composto por acelerômetros, câmera, geolocalização, módulo de entrada, módulo de processamento e placas solares para garantir o funcionamento ininterrupto.

Os acelerômetros medem a intensidade do impacto entre pantógrafo e catenária e envia os dados para um serviço em nuvem que disponibiliza as informações tratadas, com severidade e vídeo dos pontos onde ocorreram os impactos mais relevantes.

A diferença de tempo entre os dois modelos, de acordo com Wladmir Amorim, gerente de sistemas elétricos da SuperVia, ocorre porque a inspeção humana depende de uma complexidade de ações, como planejar o acesso dos técnicos aos trechos, ter uma limitação de horários para a prática e pelo fato de a inspeção visual não ter a mesma qualidade de detalhes.

"Em 2010, tivemos 10 eventos [falhas] e, em 2021, 9. Eles resultam em paralisação do sistema e transtorno para os usuários, porque dependendo do local fecha até duas linhas, além do custo em cima disso", afirmou Amorim.

O custo médio de cada um dos problemas é de R$ 250 mil, o que fez a empresa buscar na Austrália o equipamento inédito em sistemas de trem no país. Ele já é usado, além da Austrália, na Nova Zelândia, Bélgica, Holanda e EUA.

Foram detectados 17 eventos de média e alta complexidade nos testes, que gerariam mais de R$ 4 milhões em prejuízo se chegassem a ser efetivamente um problema. O equipamento foi locado por um ano por R$ 292 mil.

"A ideia é trabalhar não na falha, mas na detecção. A gente roda os 245 quilômetros de ferrovias eletrificadas toda semana. Antes, agia quando acontecia, agora é preventivamente."

São transportados diariamente, em média, 350 mil passageiros nos trens operados pela concessionária, segundo a SuperVia. Antes da pandemia, a média era de 600 mil.

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