Sobre Trilhos

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Folha Mulher desigualdade de gênero

Mulheres ganham, aos poucos, espaço nas ferrovias do país

Após décadas em pequeno número nas empresas e em funções básicas, elas hoje estão presentes nos trilhos como maquinistas e em altos cargos de gestão

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Meio historicamente masculino, o setor ferroviário aos poucos tem aberto espaço a mulheres e já há metas estabelecidas em empresas para ampliar a presença feminina nos próximos anos.

Após décadas relegadas quase que exclusivamente a funções como faxineiras, telefonistas e secretárias, as mulheres hoje estão presentes nas ferrovias em altos cargos de gestão e, também, atuam como maquinistas.

Grupo de mulheres que se tornaram as primeiras maquinistas da Usiminas e trabalham na usina em Ipatinga (MG)
Grupo de mulheres que se tornaram as primeiras maquinistas da Usiminas e trabalham na usina em Ipatinga (MG) - Divulgação

A Usiminas, por exemplo, fez recentemente a formatura das primeiras maquinistas da companhia, num programa de integridade e diversidade da empresa. Foram dez mulheres na Usina de Ipatinga (MG). Já a VLI abriu vagas para 16 mulheres num trainee de maquinista no interior de São Paulo, enquanto a ViaMobilidade formou uma turma de operadoras de trem nesta quarta-feira (8).

Na indústria siderúrgica mineira, as mulheres passaram por um treinamento que durou um ano e meio e foram contratadas para operar as locomotivas da unidade.

Uma delas é Dayana Gomes, 22, que deixou a função de aprendiz de caldeiraria, onde trabalhou nos últimos dois anos, para virar maquinista.

Ela disse que trabalhar num ambiente até então masculino foi transformador e que, diferentemente do que o senso comum pode dizer, foi muito bem recebida pelos colegas de operação nas locomotivas.

Assim como a Usiminas, a concessionária VLI abriu em novembro 51 vagas para a carreira de maquinista e trainee em Campinas e Aguaí, no interior paulista. Dessas, 16 vagas de trainee de maquinista foram exclusivas para mulheres.

A função é a porta de entrada para tornar-se um maquinista. Os cursos da empresa ferroviária variam de seis a oito meses, entre operação assistida e ações teóricas e práticas.

Em janeiro, a concessionária anunciou como diretora-executiva comercial Carolina Hernandez Táscon, a primeira mulher no cargo na companhia ferroviária. Com a chegada dela, a diretoria da empresa passou a ser composta em proporções iguais por homens e mulheres. A companhia se propõe a alcançar 30% de mulheres em cargos de liderança, a partir de gerência, até 2025.

Na ViaMobilidade, a primeira turma de operadoras de trem composta só por mulheres se formou nesta quarta-feira (8). São 12 mulheres, habilitadas a atuar nas linhas 8-Diamante e 9-Esmeralda.

Outra concessionária ferroviária, a MRS –que atua em 1.643 km nos estados de Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo–, abriu um banco de cadastro ainda em 2021 exclusivo para mulheres.

CONTRA O ASSÉDIO

Além disso, no mês passado a ANPTrilhos (Associação Nacional dos Transportadores de Passageiros sobre Trilhos) retomou uma campanha nacional contra o abuso sexual em trens e metrôs.

O objetivo da iniciativa é mostrar que o abuso sexual é crime e estimular a participação social no combate, principalmente denunciando casos.

"As mulheres precisam estar seguras em qualquer lugar, seja na rua, na escola, no transporte público, no trabalho ou onde for. Para isso, é necessário que as autoridades responsáveis criem políticas públicas eficazes que possam proporcionar segurança para as mulheres", disse a diretora-executiva da associação, Roberta Marchesi.

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