Quando a Slam das Minas SP surgiu em 2016, com a missão de aumentar a participação de mulheres e pessoas trans no campeonato nacional de poesia, era difícil mensurar o tamanho da transformação que semeavam no movimento.
Antes da coletiva – que é a primeira batalha de poesia com recorte de gênero do Estado de São Paulo – era comum assistir slams onde a lista de participantes era inteira, preenchida só com poetas homens cis hétero. "Atualmente é difícil encontrar um slam que não adote critérios que garantam a paridade de gênero na inscrição des poetas, mas até isso foi uma questão que chegamos a brigar no início", conta Pam Araujo, poeta e uma das organizadoras da Slam das Minas-SP, ao lado das poetas Aflordescente, Apeagá, Carolina Peixoto e Ibu Helena.
O impacto do trabalho da coletiva pode ser mensurado de várias formas, desde o aumento na quantidade de poetas mulheres e pessoas trans na cena, ao surgimento de outras coletivas com recorte de gênero por todo Brasil; até mesmo as poesias, atualmente, pautam muito mais assuntos como machismo, feminismo e gênero. "É muito significativo para nós constatar que, das últimas sete edições do campeonato nacional de poesia, seis foram vencidas por mulheres ou pessoas trans, mostra que nosso movimento tem sido realmente transformador", ressalta Carolina.
A visibilidade que o Slam tem hoje – lembrado em vestibulares, novelas, reality shows – é fruto também do alcance da Slam das Minas SP, que marcou presença em alguns dos principais veículos de comunicação do país. A coletiva tem desenvolvido ainda um trabalho de apresentar o slam para outros mercados, possibilitando a dezenas de poetas a chance de trabalhar com grandes marcas, como Nike, Avon, Marisa, Disney, entre outras, com palestras, apresentações artísticas ou campanhas publicitárias. "Ocupar esses espaços mostra que a poesia não tem fronteiras, a pessoa não precisa ir no slam para ser tocada com o poema, pode nos ouvir em outros momentos", comenta Ibu Helena.
Nesses sete anos, centenas dezenas de poetas contribuíram com essa construção, muitas que hoje são referências, batalharam pela primeira vez em uma edição da Slam das Minas SP, como Tawane Theodoro, Kimani, Ingrid Martins, entre outras. "Por tudo isso esse aniversário é tão especial, são muitas conquistas para celebrar ao lado de pessoas fundamentais para nossa história. Será um momento para brindar e renovar as energias para semear novos sonhos", destaca Apeagá.
A coletiva irá realizar o evento d e aniversário no dia 18 de março, na Casa das Rosas, em evento especial com uma programação envolvendo uma roda de conversa com as poetas Ryane
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