Semana passada fiz um texto com um roteiro de bares de vinho no caminho do blocos de Carnaval de São Paulo. Prometi que esta semana faria um roteiro para os dias de Carnaval. Cá está ele. Se não usar agora, você pode usá-lo outra hora. Não vai ter mais Carnaval, mas os bares vão continuar no mesmo lugar. Só gostaria de comentar umas coisinhas antes de partir para o roteiro em si.
No post da semana passada, um leitor perguntou se eu tinha checado se os estabelecimentos permitiam a entrada de foliões fantasiados. Não, não fiz essa pergunta expressamente a todos. Até porque o conceito de fantasiado é muito flexível. Pelado, ou quase, certamente alguns estabelecimentos não vão deixar entrar, mas a maioria desses bares é bastante informal.
No entanto, não pense que, porque é Carnaval, você pode ir sem reservar. É sempre melhor fazer reserva, por mais chato que seja isso.
Um amigo meu, que leu meu post anterior, disse que não me imaginava pulando carnaval. Expliquei que o ponto era justamente esse: não existe Carnaval chato, você é que não bebeu o suficiente. Brincadeira! Com um fundo de verdade, pois Carnaval a seco é muito chato mesmo. Quem só toma vinho sabe do que eu estou falando. Então, vamos ao caminho da perdição!
Sexta-feira, dia 9
Ô abre alas! Com raízes populares, representando a categoria dos metroviários, a Banda do Trem Elétrico é uma das coisas mais autênticas do Carnaval de São Paulo. Prestigia o samba das escolas da cidade e os clássicos. Uma ótima maneira de abrir o Carnaval. A concentração será às 18h, na esquina da rua Augusta com a rua Luiz Coelho. O bloco vai até o Theatro Municipal, onde chega às 23h. A minha sugestão é você fazer um happy hour no Los Perros, Vinho no Boteco, na Bela Cintra, bem perto dali, que abre às 16h, tem clima de boteco mesmo e preços razoáveis, apesar da curadoria dos vinhos ser de primeira.
Um bloco que eu adoro assistir passar, mesmo que eu não vá seguir, é Ilú Obá De Min. É um bloco só de mulheres, na maioria pretas, todas com roupas afro e todas tocam um instrumento de percussão. É lindo. Muito forte. Na sexta, elas se concentram às 18h na Praça da República, depois pegam a avenida São Luís e vão até o largo do Paissandú. Na avenida São Luís, dentro da Galeria Metrópole, tem o simpático Prosa e Vinho, se não me engano, o primeiro wine bar do centrão. Na sexta, está aberto das 12h às 23h. Tem uma boa variedade de rótulos e preços. Como fica no terceiro andar, dá para ver o desfile de camarote.
Sábado, dia 10
Formado por dissidentes do Bloco Vai Quem Quer, o Bloco Bastardo já é um dos mais tradicionais do Carnaval de rua de São Paulo. Este ano ele sai três dias. No sábado, a concentração é no número 727 da rua João Moura às 13h. De lá, dá uma volta no bairro e volta para o mesmo ponto, às 19h. A minha sugestão é que, depois, você desça para o baixo Pinheiros e aproveite para beber e comer bem no Miya Wine Bar. A cozinha, que é comandada pelo chef Flávio Miyamura, sócio da casa, tem tanto pratos quanto petiscos incríveis. Ali dentro funciona também uma loja da importadora Grand Cru, então, as opções são inúmeras e de alta qualidade pelo mesmo preço da importadora. São mais de 100 rótulos em taça. E você pode comprar também doses de degustação. Vale muito a pena.
Domingo, dia 11
Nesse domingão, sugiro que você acorde, tome um bom café, pegue um metrô e vá para a Estação Vila Madalena. Dali, anda um pouquinho e chega na rua Filito de Almeida, ao lado do Fórum de Pinheiros. Por lá, às 11h, vai estar a concentração do Bloco dos Benjores, que, pelo nome, dá para imaginar que tipo de música toca. É um bloco simpático, bem família tradicional da Vila Madalena, que faz um percurso curto até a rua Rodésia, onde encerra às 15h.
Ótimo horárIo para descer até a Mourato Coelho para a festa Baco do Balaco do bar de vinhos Bocca Nera, conhecido pelo seu rodízio. A festa, caso você queira ir direto, começa às 13h e vai até às 21h. Vai ter marchinhas e vai sair para a calçada. Para o evento, a casa fez uma parceria com o vinho em lata Somm e a latinha de 269 ml será vendida a R$ 12,90. Muito bom! Só não dá para esquecer que três latinhas equivalem a uma garrafa. Vai ter pizzas e sanduíches a bom preço também. Se eu estivesse em São Paulo, iria.
Segunda-feira, dia 12
Acordar cedo para pular Carnaval é contra a minha religião, mas a Espetacular Charanga do França merece que a gente cometa essa heresia. O forte da banda, que é uma banda mesmo, são os instrumentos de sopro. E a frequência. Todo mundo vai. A concentração é às 9h, na frente do bar e restaurante Conceição Discos, na rua Imaculada Conceição, 134, em Santa Cecília. A dispersão é no Largo Santa Cecília, às 12h.
De lá, eu iria até o Paloma, um bar de vinho, loja e restaurante no térreo do Edifício Copan, que fica aberto na segunda até a meia-noite. Comeria um milanesa de copa lombo com mix de folhas (R$ 65) e tomaria um drinque com vinho, um jerez tônica (R$ 42,00) ou um tinto verano (R$ 43).
Terça-feira, dia 13
Último dia de Carnaval, já está todo mundo com a língua de fora. Eu iria num bloco que não anda muito, tipo o Agora Vai, que percorre uns oito quarteirões da rua Barão de Limeira, da alameda Glete até quase a linha do metrô nos Campos Elíseos, das 14h às 19h. É um bloco bastante irreverente, formado inicialmente por artistas de teatro. De lá, você pode pegar o metro até a República e ir tanto para o Paloma quanto para o Prosa e Vinho, que estarão abertos na terça-feira.
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