Tudo + um pouco

Soluções para descomplicar o dia a dia

Tudo + um pouco - Carolina Muniz
Carolina Muniz

Saiba os principais erros ao cuidar de plantas e como evitá-los

Veja como acertar iluminação, adubação, rega, ventilação e controle de pragas

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Está cansado de levar plantas para casa e elas morrerem poucos meses depois? Então, veja quais são os erros mais cometidos pelos jardineiros iniciantes e aprenda a acertar nos cuidados, com a ajuda do biólogo Samuel Gonçalves, doutor em botânica. Com mais de 1.200 plantas em casa, ele é dono do canal no YouTube Um Botânico no Apartamento e de uma página no Instagram com o mesmo nome.

Três vasos com plantas. O da esquerda é rosa claro com planta com folhas redondas. O do meio é dourado com planta de folhas alongadas, verde-escuras e com bolinhas brancas. O da direita é azul marinho com planta de folhas arrendodadas
Pilea, Begonia Maculata e Peperomia Polybotrya, da loja Selvvva - Gabriel Cabral/Folhapress

Falta de luz

Muita gente coloca planta dentro de casa sem saber se a luminosidade do ambiente é adequada para aquela espécie. A maioria das suculentas, por exemplo, não se adapta bem a espaços internos, porque é de sol pleno, ou seja, necessita de seis horas de incidência solar direta por dia.

Para interiores, as plantas mais indicadas são as de sombra, que, em geral, têm folhagem verde escura. Mas mesmo essas espécies precisam ficar em lugares em que haja claridade. Não dá para deixá-las num canto escuro ou dentro do banheiro sem janela. Uma dica para saber se o local é adequado para uma planta de sombra: desligue a luz artificial e tente ler um livro. Se for difícil, é melhor escolher outro ambiente.

Quando a planta recebe menos luminosidade do que precisa, ela começa a crescer em um formato alongado, em busca de luz (estiolamento). O caule fica esticado e as folhas, separadas e pálidas. Isso aumenta muito a suscetibilidade a pragas.

Excesso de água

Quando é encharcado, o solo fica sem oxigênio, favorecendo a proliferação de fungos e bactérias que sobrevivem nesse tipo de ambiente. Esses micro-organismos, então, acabam apodrecendo as raízes das plantas. Por isso, é preciso tomar cuidado com a quantidade de água e com a frequência das regas.

A regra geral para saber se está na hora de molhar é enfiar o dedo na terra. Se ela ainda estiver úmida, é melhor esperar.

Atenção também ao pratinho. Ele não deve ficar com água parada ali por muito tempo. Depois de uns 10 minutos da rega, jogue o excesso de água fora. No caso de vasos grandes, nos quais não é possível retirar o pratinho, tenha ainda mais cuidado com a quantidade de água, para que ela não fique acumulada. E muito importante: evite vasos que não tenham furos no fundo.

Para a maioria das plantas, o melhor horário para a rega é o início da manhã. Já os cactos e suculentas devem ser molhados no fim da tarde ou começo da noite, quando conseguem absorver melhor a água.

Falta de adubo

Muitas pessoas acham que, como a planta faz fotossíntese, ela não precisa de mais nada além de luz solar, o que não é verdade. Os vegetais necessitam de sais minerais para que consigam produzir o próprio alimento. Por isso, adubar as plantas regularmente é fundamental.

Os adubos podem ser orgânicos, como o esterno ou o húmus de minhoca, ou inorgânicos. Nesse grupo, o mais comum é o NPK, composto pelos três principais nutrientes necessários para o desenvolvimento das plantas: nitrogênio, fósforo e potássio.

Há espécies que são menos exigentes em relação à adubação, mas, de modo geral, o ideal é fazê-la uma vez por mês. Para quem é iniciante na jardinagem, Samuel recomenda começar com o adubo líquido, mais difícil de errar. É importante seguir a orientação do fabricante para fazer a diluição correta.

Um alerta importante: adubar muito a planta não vai deixá-la mais forte, pelo contrário. Adubação em excesso faz mal, mesmo quando o adubo é natural.

Mão segura uma pá laranja que está com terra sobre um vaso de planta
Adube as plantas uma vez ao mês, mas cuidado para não exagerar na quantidade - Karime Xavier/Folhapress

Falta de ventilação

A ausência de circulação de ar facilita a proliferação de pragas, principalmente cochonilhas, pulgões e ácaros. A maioria das plantas não gosta de vento forte, mas precisa estar em um ambiente em que haja troca de ar.

Falta de observação

Olhar a planta com cuidado é fundamental para encontrar pragas no início, antes que se formem grandes infestações. Dê uma passada de olho nas suas plantas pelo menos uma vez por semana e, uma vez por mês, faça uma inspeção mais minuciosa.

"Uma observação frequente é crucial. Em um mês, as cochonilhas dominam uma planta. Dependendo do caso, em uma semana, ácaros podem matá-la", afirma o botânico.

As cochonilhas são insetos brancos sugadores de seiva que produzem cera. Então, você vai ver na dobra da folha ou no verso dela, pontinhos brancos. E, se você encostar neles, vai parecer que há uma espécie de algodãozinho.

Folhas de mangueira com pontinhos brancos
Cochonilhas em folhas de mangueira - Cherre Sade/Embrapa

Os pulgões também são insetos sugadores de seiva. Eles se parecem com uma formiga, mas ficam aglomerados e se movem muito pouco. São pretos, verdes ou amarelados.

Já os ácaros são aracnídeos muito pequenos que produzem, entre as folhas ou no seu verso, teias muito fininhas, difíceis de ver. Mas dá para identificar essa praga pela coloração da folha, que começa a ficar mais pálida.

Uma das receitas caseiras que podem ser usadas para combater infestações de cochonilhas, pulgões e ácaros no início é a calda de detergente. Dilua 50 ml de detergente neutro em 1 litro de água e borrife nas partes afetadas. Antes de aplicar na planta toda, teste em um pedaço pequeno da planta, para ver se ela reage bem à solução. Outro cuidado é não fazer a aplicação sob o sol.

LINK PRESENTE: Gostou deste texto? Assinante pode liberar cinco acessos gratuitos de qualquer link por dia. Basta clicar no F azul abaixo.

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.