Virada Psicodélica

Novidades da fronteira da pesquisa em saúde mental

Virada Psicodélica - Marcelo Leite
Marcelo Leite
Descrição de chapéu podcast pensando o bem

Podcasts destacam oportunidades e riscos da onda psicodélica

Que Soem as Trombetas e Pensando o Bem estreiam conversas abertas sobre drogas

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São Paulo

O renascimento psicodélico para a medicina, após meio século de proibição autoritária dessas substâncias, reconquistou o destaque que nunca deveria ter perdido. O excesso de entusiasmo de investidores, jornalistas e pesquisadores, porém, traz seus riscos, razão pela qual essa discussão precisa ser disseminada --e que melhor maneira de trazer mais gente para a conversa que um podcast?

Um, não, dois --para falar só dos dois mais recentes, Que Soem as Trombetas e Pensando o Bem. Outros já trataram do assunto em passado recente, assim como várias lives, série e documentários, mas aqui vamos falar apenas dessa dupla.

Ilustração mostra cartela de LSD em cores psicodélicas com a frase "tenha uma boa viagem" em inglês
Imagem do documentário 'A Maior Viagem - Uma Aventura Psicodélica', da Netflix - Reprodução

O primeiro, Que Soem as Trombetas, foi lançado por Stevens Rehen, neurocientista da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e do Instituto D’Or de Pesquisa e Ensino (Idor). Rehen é um dos pesquisadores mais destacados no Brasil na área de psicodélicos, e seu podcast surgiu para explorar o potencial médico, científico e econômico da cânabis e dos psicodélicos.

Seis dessas trombetas já estão no ar. No quarto episódio, o pesquisador entrevistou duas pessoas sobre o protagonismo da ciência brasileira no campo psicodélico e as oportunidades de negócios por ele: Clarice Pires, economista que dirige a primeira startup nacional na área, Scirama (que conta com a participação de Rehen), e este blogueiro, na condição de autor do livro "Psiconautas – Viagens com a Ciência Psicodélica Brasileira" (Fósforo Editora).

Tratamos no programa de várias questões espinhosas, como a contestação de dezenas de patentes com que capitalistas estão tentando cercar o uso terapêutico de substâncias usadas há séculos ou milênios por populações tradicionais. Tampouco podia faltar na conversa o dano que o autoritarismo de Jair Bolsonaro deve causar aos avanços por aqui, como se pode ver no caso da maconha medicinal.

O segundo podcast, Pensando o Bem, reúne três mulheres jornalistas, Teté Ribeiro, Greice Costa e Claudia Lima, para conversas sem censura sobre modismos de comportamento, da produtividade tóxica até... desintoxicação de vaginas. Ou será vulva? Você vai ter de ouvir para saber.

O segundo episódio teve por destaque a aplicação de psicodélicos --experimental ainda-- em tratamentos de transtornos mentais, como a depressão (psilocibina de cogumelos e ayahuasca) ou o estresse pós-traumático (MDMA). Os convidados são de novo um neurocientista, Sidarta Ribeiro, do Instituto do Cérebro da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (ICe-UFRN), a terapeuta Patricia Diogo e este jornalista.

Sidarta Ribeiro, o especialista, dá a letra sobre o modo de ação dos psicodélicos, o que já se descobriu sobre efeitos terapêuticos e quem pode ou não pode usar essas substâncias poderosas. Patrícia Diogo fala de uma experiência recente com LSD, num sítio perto de São Paulo. E eu conto um pouco da história da pesquisa com esses modificadores da consciência, no mundo e no Brasil.

Aprenda mais sobre psicodélicos lendo o livro Psiconautas - Viagens com a Ciência Psicodélica Brasileira (Fósforo Editora)

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