Voltaire de Souza

Crônicas da vida louca

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Descrição de chapéu machismo

A verdade sobre o Qatar

Na luta contra a islamofobia, a Copa do Mundo deixa a bola na marca do pênalti

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Mito. Preconceito. Desinformação.

A Copa do Mundo é um momento de amizade entre os povos.

Mas o Qatar sofre com as consequências da islamofobia.

Georges Alfredo era especialista em assuntos árabes.

Além de professor de Relações Internacionais nas Faculdades Integradas Professor Pintassilgo.

—O Brasil precisa conhecer melhor o mundo muçulmano.

Ele estava disponível para entrevistas e esclarecimentos.

A promissora repórter Giuliana Bugiardi foi fazer a entrevista.

—Professor Georges, uma curiosidade.

—Pode falar, minha querida.

—É verdade que nesses países é possível comprar uma mulher com quarenta camelos?

Georges Alfredo olhou para o teto.

A luz fluorescente da sala na faculdade piscava.

Parecendo flertar com as trevas da ignorância.

—De jeito nenhum, Giuliana.

—Mas eu li na internet...

—Isso foi no passado. Há muito tempo que não acontece.

—Mas a notícia era recente...

—Coisa dos americanos, provavelmente... não é bem assim.

Giuliana parecia incrédula.

Georges teclou rapidamente no laptop.

—Vem cá. Vem ver a prova aqui.

O site informativo era acima de qualquer suspeita.

A notícia tinha tudo para ser verdadeira.

—Concurso de beleza para camelos.

—No Qatar?

—Precisamente. Agora mesmo, durante a Copa.

Giuliana continuava sem entender.

—Interessante. Legal. Mas e a questão das mulheres?

Georges sorriu com superioridade.

—Não percebe, Giuliana? Raciocina comigo.

A luz do teto continuava piscando.

—Um camelo premiado desses vale milhões de dólares.

—Certo, professor.

—Então, Giuliana. Quem vai pagar quarenta camelos só para ter uma mulher em troca?

—Puxa, professor.

—Você pode acusar os árabes de muita coisa. Mas irracionais eles não são.

—Quer dizer...

—Quero dizer que esse tipo de troca terminou faz muito tempo.

—E agora...

—Agora, o camelo é admirado pelo seu valor próprio.

Georges resumiu.

—Cada coisa no seu lugar. Camelo é camelo...

—E mulher é mulher.

—Ô se é.

A luz do teto apagou-se definitivamente.

—E aí, Giuliana, gostaria de conversar mais um pouquinho?

A jornalista alegou outros compromissos.

—Pena... a gente podia até ir ver a final da Copa.

No Qatar, o futebol mobiliza as emoções de todos.

Mas também no Brasil o pessoal não perde a chance de chutar a gol.

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