Voltaire de Souza

Crônicas da vida louca

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Voltaire de Souza

Qatar, adeus

Apesar do fiasco, nem tudo pode se considerar perdido para a Seleção brasileira

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Tristeza. Inconformismo. Frustração.

Para muitos brasileiros, é hora de voltar para casa.

—Ficar no Qatar fazendo o quê?

—Vendo a Argentina ganhar a Copa?

—Ou a França?

—Nem me fale da Croácia.

O avião decolava.

Carregado de mágoas.

E muitas comprinhas.

—Fantástico esse relógio, hein? É Rolex?

—Ô cara, que é que você está pensando? Coisa mais batida...

Audemars Piguet. Chopard. Patek. Vacheron.

—Aí a gente começa a falar sério.

—Tudo bem. Tem de aproveitar, né?

—Mesmo porque... quando é que eu vou voltar para o Qatar?

—Nunca... a não ser...

—Claro que pode aparecer um contrato.

—Mesmo assim, né.

—Essa Copa não deixa saudade.

Fez-se um silêncio na cabine da primeira classe.

—Só de uma coisa eu vou sentir falta.

—O quê?

—O filé. Coberto de ouro.

—Nem brinca, cara.

—A melhor coisa que a gente fez nessa Copa.

—Se oferecessem sempre esse tipo de luxo...

—Eu jogava até num time desses caras.

—Eu também. Ainda mais que, daqui a quatro anos...

—A carreira da gente já vai estar meio no fim.

—Falou, meu craque.

Para muitos jogadores, chega o triste momento de pendurar as chuteiras.

Mas o garfo e a faca não se aposentam jamais.

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