Descrição de chapéu África

Elefantes mexem as orelhas, urinam e se tocam ao se cumprimentar

Animais recorrem a diferentes sinais para saudar e chamar a atenção e mudam conforme reação do 'interlocutor'

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Paris | AFP

Os elefantes recorrem a uma ampla gama de recursos para saudar e chamar a atenção uns dos outros, variando os sinais dependendo da atenção prestada pelo "interlocutor".

Um estudo, publicado nesta quinta-feira (9) na revista Communications Biology, sugere que ele aprendem a desenvolver uma constelação de sinais, por meio dos quais se cumprimentam com gestos e vocalizações específicas.

Conduzida por uma equipe do departamento de Biologia do Comportamento e Cognição da Universidade de Viena, a pesquisa estabelece que esses sinais estão "direcionados a um indivíduo e sua modalidade depende do estado de atenção visual do destinatário".

A dificuldade de observar detalhadamente os comportamentos individuais em um grupo de elefantes selvagens levou os pesquisadores a se concentrarem em uma pequena colônia de nove elefantes de savana na reserva de Jafuta, no Zimbábue.

Primeiro, eles identificaram todo o repertório de sinais de comunicação dos animais.

Há diferentes grupos: os sinais acústicos, sendo o grunhido o recurso mais comum; os visuais, como movimentos de orelhas, cabeça ou cauda; os táteis, por meio de toques ou contato entre indivíduos; os olfativos, como urinar ou emitir secreções glandulares; e os sísmicos, batendo as patas no chão.

Em seguida, a equipe registrou e codificou mais de 1.200 sinais emitidos. Ao longo de 89 encontros registrados em dois meses, cerca de um quinto das comunicações era vocal.

Os sinais olfativos, como a urina, a defecação ou as secreções glandulares, estavam presentes em quase três quartos dos encontros.

Os elefantes também combinaram seu arsenal de sinais. O mais comum foi associar grunhidos e movimentos de orelhas, seguido pelo grunhido associado a orelhas eretas.

Em estado selvagem, os machos tendem a usar suas trombas em órgãos olfativos (como a parte traseira ou glândulas localizadas na cabeça) ou simplesmente grunhidos.

No entanto, na reserva, os machos se comportavam mais como as fêmeas, tendo "encontros elaborados" que combinavam vários sinais, o que reforça a hipótese de que tais comportamentos servem para fortalecer os laços sociais, segundo o estudo.

Um critério essencial para classificar uma comunicação como intencional é que ela seja direcionada a uma audiência específica.

O elefante adapta seus sinais de acordo com a atenção visual prestada pelo destinatário: escolherá sinais táteis ou audíveis se seu congênere não estiver olhando, mas usará sinais visuais silenciosos, como mover as orelhas ou defecar, caso contrário.

Os pesquisadores ressaltam, que, por enquanto, ainda não se consegue definir a existência de significado na ordem dos sinais.

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