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Voyager 1, há quase 50 anos no espaço, retoma suas operações após susto

Sonda volta a coletar dados a mais de 24 bilhões de quilômetros da Terra, segundo Nasa

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Orlando Mayorquin
The New York Times

Vários meses após um grave problema de computador sugerir o fim da Voyager 1, que por quase meio século forneceu dados sobre planetas e os confins do Sistema Solar, a Nasa anunciou ter restaurado o seu funcionamento.

"A espaçonave retomou a coleta de informações sobre o espaço interestelar", afirmou a agência espacial americana no último dia 13.

Desde que um problema surgiu em novembro, engenheiros trabalhavam para diagnosticar a sua origem e solucioná-lo, um processo tedioso, demorado e complicado pelo fato de que leva quase dois dias para enviar e receber informações da Voyager 1, que foi o primeiro objeto feito por humanos a entrar no espaço interestelar e hoje está a mais de 24 bilhões de quilômetros da Terra.

Ilustração da Voyager 1, lançada ao espaço em 1977 - Nasa/JPL-Caltech/NYT

A comunidade espacial estava preocupada desde o ano passado, já que a chance de consertar a envelhecida sonda parecia remota.

Em fevereiro, a gerente do projeto da missão Voyager, Suzanne Dodd, disse que o problema, que prejudicou a capacidade de a sonda de enviar dados de engenharia e ciência coerentes de volta à Terra, foi "o problema mais sério" que o equipamento enfrentou desde em 2010, quando ela começou a liderar a missão.

A Voyager 1 e sua sonda gêmea, Voyager 2, foram lançadas em 1977 em uma missão para explorar planetas. A Nasa aproveitou um raro alinhamento no Sistema Solar que permitiu que as sondas visitassem Júpiter, Saturno, Urano e Netuno usando a gravidade de cada um deles para se lançar em direção ao próximo.

Com o sucesso de sua missão planetária, a Voyager 1 continuou sua jornada em direção à borda do Sistema Solar e, em 1990, capturou uma foto lendária da Terra —um pequeno ponto em uma escuridão infinita.

Em 2012, a sonda se tornou a primeira a cruzar para o espaço interestelar e desde então, juntamente com sua gêmea, que a seguiu seis anos depois, coletou dados sobre a heliosfera, o espaço ao redor do Sol diretamente sob a influência da estrela.

Cada uma das naves carrega um disco de ouro fonográfico carregado com gravações de som e imagens mostrando a humanidade e a vida na Terra, para casa seja descoberta por outra civilização um dia.

A perspectiva de recuperação da Voyager 1 melhorou em abril, quando a Nasa relatou que havia conseguido fazer a sonda enviar dados "utilizáveis" sobre seus sistemas de engenharia e sua saúde.

Isso foi seguido por notícias no final do mês passado de que a equipe havia restaurado a funcionalidade de dois instrumentos científicos seus, permitindo que ela enviasse dados científicos e continuasse sua missão.

No fim, a agência anunciou que recuperou os instrumentos restantes, normalizando as operações da Voyager 1.

Mas a nova chance da sonda pode não durar muito tempo. A Nasa estimou anteriormente que os geradores nucleares tanto da Voyager 1 e quanto da Voyager 2 provavelmente falhariam por volta de 2025.

Mesmo assim, Dodd espera que ambas as espaçonaves possam alcançar o 50º aniversário da missão em 2027.

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