Estamos a 16 dias da Copa, mas ninguém dá a mínima bola. Na última semana fomos atropelados, paradoxalmente, pela falta de gasolina, e as discussões sobre o destino da seleção na Rússia cederam lugar a interrogações. Foi uma paralisação de trabalhadores ou locaute? O movimento dos caminhoneiros que paralisou o país tem agenda de esquerda ou de direita?
Os empresários de transportadoras e distribuidoras serão investigados e, tendo a culpa provada, presos como os cabeças da (i)mobilização nas estradas? Mas, por quem, se a própria Federação Nacional dos Policiais Federais ficou ao lado da paralisação?
Pedro Parente é decapitável ou imexível? O presidente da Petrobras estava certo na política de preços para os combustíveis? E, se estava, por que a bomba explodiu na cabeça da população? Com o arrego do governo — encerrar a paralisação custará R$ 10 bilhões aos cofres públicos —, as contas não continuarão sendo pagas pelos contribuintes?
Está-se preparando, em surdina, a volta dos fiscais do Sarney? O general Eduardo Villas Bôas, comandante do Exército, a acreditar-se nas acusações que tem sofrido em sua conta do Twitter, é mesmo um “perigoso comunista”? Encher o tanque é ostentação? É crime hediondo vender coentro a R$ 8? Por que os maconheiros apoiaram os caminhoneiros, como mostrado em cartazes? Por que diabos Roberto Carlos, o rei, deu declarações a favor dos manifestantes? O cancelamento do show de Seu Jorge no Recife foi a única coisa boa em meio ao caos?
Os brasileiros éramos 209 milhões de técnicos de futebol. Mesmo sem entender direito os interesses por trás da crise, viramos especialistas em transporte, defendendo alternativas como ferrovias e hidrovias, e analistas políticos, temendo uma ruptura institucional em ano de eleições.
Como maior culpado, todos apontam um só nome. Ao menos para o bem da pátria em chuteiras, o presidente Temer não pode ir à Copa.
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