Alvaro Costa e Silva

Jornalista, atuou como repórter e editor. É autor de "Dicionário Amoroso do Rio de Janeiro".

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Alvaro Costa e Silva

O Lollapalooza é só o começo

Bolsonaro não poderá impedir que sua rejeição vá para as ruas

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Há gente horrorizada com o escândalo do MEC, que se revelou um balcão para a liberação de verbas, sendo a moeda corrente a compra de Bíblias ou o recebimento de barras de ouro (afinal, o garimpo é coisa nossa). Em essência, é um velho golpe de corrupção tantas vezes praticado, mais um "desvio de merenda", agora com a participação de pastores lobistas que têm trânsito livre no Palácio do Planalto.

Pensando bem, ninguém deveria estar surpreso. Bolsonaro não poderia oferecer o que não tem e o que despreza: educação.

Até agora quatro foram os ocupantes da pasta; cada um pior que o outro. O olavista Ricardo Vélez ficou três meses, mas teve tempo de mandar que alunos fossem filmados cantando o Hino Nacional e recitando o lema "Brasil acima de tudo, Deus acima de todos". Entrou Abraham Weintraub, animador de auditório da extrema direita, mais interessado em prender ministros do STF, a quem chamou de "vagabundos", antes de se esconder nos EUA. O economista Carlos Decotelli apresentou um currículo cheio de informações falsas e teve a nomeação cancelada.

Sondado, o empresário Renato Feder, defensor da extinção do ministério e da privatização de todo o ensino público, recusou a oferta. O cargo ficou vago por um mês até a chegada do pastor Milton Ribeiro, com seu ar de superioridade moral, fachada que esconde uma usina de preconceitos contra homossexuais, estudantes com deficiências e a população menos favorecida (para ele, a universidade deveria ser "para poucos").

Ribeiro agiu para atender "um pedido especial" do presidente. O ministro vai embora, mas Bolsonaro continua com o rabo preso —e ainda não se sabe até onde o rabo poderá crescer. O estrago na campanha de reeleição está feito. Se há gente perplexa com a gatunagem no MEC, imagine quando for aberta a caixa-preta do orçamento secreto destinado ao centrão. As ruas poderão virar um enorme Lollapalooza.

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