Alvaro Costa e Silva

Jornalista, atuou como repórter e editor. É autor de "Dicionário Amoroso do Rio de Janeiro".

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Alvaro Costa e Silva

Se o Brasil fosse o Reino Unido, Pedro Maluco derrubaria Bolsonaro

Assédio, perseguição e mamata na Caixa Econômica

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Não era só assédio moral e sexual. Pedro Guimarães também era —surpresa!— mamateiro. A Caixa Econômica Federal pagou obras na casa em que ele mora, em Brasília. Uma empresa particular que mantém contratos com o banco público instalou postes de luz, a um custo de R$ 50 mil, nos jardins que se estendem até as margens do lago Paranoá.

O ex-presidente da Caixa Econômica Pedro Guimarães - Pedro Ladeira - 1.jun.22/Folhapress

O áudio de uma reunião realizada no fim de 2021 mostra o ex-homem forte da Caixa fulo da vida contra uma decisão de mudança no regimento interno da estatal que o faria perder mais de R$ 100 mil por mês. Com a soma das gratificações por integrar 21 conselhos e do salário de presidente, seus rendimentos giravam em torno de R$ 230 mil mensais. "Como é que eu vou devolver o dinheiro?", perguntava-se, indignado.


Se o Brasil fosse o Reino Unido, Pedro Maluco teria derrubado o governo. Como não é, ele continua a posar de homem de bem. É a máscara bolsonarista, utilizada tanto nos momentos de favorecimento econômico quanto nos de desgraça pública. Em sua defesa, Guimarães publicou um artigo na Folha em que afirma querer "sofrer a mais profunda devassa a que uma pessoa pode ser submetida". "Devassa", no caso em questão, é, no mínimo, uma má escolha de palavra.


Na esteira do escândalo que levou à demissão do banqueiro, os investigadores descobriram que a Comissão de Ética da Presidência da República recebeu uma denúncia contra ele em março de 2020. À época, Guimarães era o amigão do capitão, e a sujeira foi varrida para debaixo do tapete. Costumava viajar pelo país farreando e fazendo campanha eleitoral para si mesmo —queria ser vice de Bolsonaro— e para o regime. Nas lives do presidente, funcionava como escada para piadas sexistas, mentiras e ataques às instituições.


Há indignação, mas não pode haver surpresa com o modelo criminoso instalado na Caixa. Sob Bolsonaro, mamata, assédio e perseguição passaram a instrumentos de governo.

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