Alvaro Costa e Silva

Jornalista, atuou como repórter e editor. É autor de "Dicionário Amoroso do Rio de Janeiro".

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Alvaro Costa e Silva
Descrição de chapéu violência São Paulo

Todo barulho em torno da segurança ecoa no governo

Gestão de Lewandowski é ruim, mas estados também agem pouco

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O veto ao fim das saidinhas, mantendo-se o benefício em datas comemorativas, tem poucas chances de ser aprovado no Congresso. A decisão presidencial favorece a oposição e aumenta o desconforto do governo em temas relacionados à criminalidade. Tarcísio de Freitas e seu braço direito Guilherme Derrite, o autor do projeto, estão esfregando as mãos, antevendo nova derrota e mais desgaste para Lula.

No Ministério de Justiça, Ricardo Lewandowski se comporta como se gozasse o descanso dos aposentados. Sua gestão é morna, quando é preciso um choque para conter a violência desatada, não só a dos bandidos como a policial. O antecessor na pasta, Flávio Dino, ao menos tentou federalizar ações de combate ao crime organizado nos estados.

A questão penal é o melhor discurso eleitoral. Governadores do Sul e do Sudeste pressionam Lewandowski por novas leis contra o crime. Na mesma linha e aproveitando para provocar o Supremo, o Senado acaba de pôr o país na contramão do mundo ao criminalizar porte e posse de drogas, não diferenciando usuário de traficante.

No entanto o barulho não é só federal. As fraudes em licitações de câmaras municipais e prefeituras em diversas regiões de São Paulo, envolvendo empresas ligadas ao PCC, levou Tarcísio de Freitas a descobrir o óbvio. "O crime está ficando cada vez mais ousado, está se infiltrando no poder público", disse o governador, sem citar o prefeito Ricardo Nunes, a quem apoia na campanha de reeleição. Só depois do escândalo Nunes resolveu romper os contratos com as empresas investigadas.

O Rio também não olha o próprio rabo. O governo Cláudio Castro viu dobrar o domínio de grupos armados em territórios do estado. O Comando Vermelho é o maior controlador. E, por gentileza do ministro Nunes Marques, do STF, o capo do jogo do bicho, Rogério Andrade, já pode badalar à noite —e livre da tornozeleira eletrônica.

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Ricardo Lewandowski e o presidente da Comissão de Segurança Pública da Câmara dos Deputados, Alberto Fraga (PL-SP) - Pedro Ladeira/Folhapress

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