Alvaro Costa e Silva

Jornalista, atuou como repórter e editor. É autor de "Dicionário Amoroso do Rio de Janeiro".

Salvar artigos

Recurso exclusivo para assinantes

assine ou faça login

Alvaro Costa e Silva

Caso Marielle altera xadrez eleitoral

Eduardo Paes perde o elo com evangélicos

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

As revelações do caso Marielle fizeram mais estragos na campanha de reeleição de Eduardo Paes do que ele quer admitir. Obrigado a exonerar o substituto e o grupo de Chiquinho Brazão da Secretaria de Ação Comunitária, o prefeito vê o Republicanos, partido da Igreja Universal, indo em direção ao bolsonarista Alexandre Ramagem. O mesmo caminho deverá ser seguido pelo clã Brazão, que domina Jacarepaguá e outros bairros da populosa zona oeste.

Paes tem um plano calculado e arriscado: construir uma plataforma de centro-direita e ao mesmo tempo não perder o voto da esquerda. Sem alarde, aproximou-se do Republicanos, cujo nome forte no Rio é o deputado Marcelo Crivella, com quem rivalizou na disputa do segundo turno em 2020. A aliança foi costurada pelo prefeito de Belford Roxo, Waguinho, que esteve ao lado de Lula nas eleições presidenciais.

O prefeito mantém conversas com o bispo Abner Ferreira, da Assembleia de Deus em Madureira, para aumentar a base eleitoral na região, com o ex-prefeito Cesar Maia e com o ex-governador Garotinho. Até o raivoso pastor Silas Malafaia, amigo de Bolsonaro e inimigo do STF, olha com carinho a candidatura de Eduardo Paes —mesmo estando o delegado Ramagem, preferido do governador Cláudio Castro, na disputa.

O prefeito nega, para não dar munição a adversários, mas trabalha com a possibilidade de, eleito pela quarta vez, concorrer ao governo do estado em 2026. Por isso defende a chapa puro sangue com o deputado Pedro Paulo —que é uma extensão de Paes. Em 2016, o discípulo foi o escolhido para substituir o professor e perdeu, afetado pela revelação de que havia cometido violência doméstica contra a ex-mulher.

A presidente do PT, Gleisi Hoffmann, condiciona o apoio do partido à indicação do candidato a vice. Uma companheira de chapa com o perfil de Anielle Franco, a ministra da Igualdade Racial, é tudo o que Paes não deseja.

Eduardo Paes e Lula na inauguração do Terminal Intermodal Gentileza - Eduardo Anizelli/Folhapress

LINK PRESENTE: Gostou deste texto? Assinante pode liberar cinco acessos gratuitos de qualquer link por dia. Basta clicar no F azul abaixo.

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.