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Lojas de rua estão com os dias contados em Londres

Segundo consultora, 14 lojas são fechadas por dia no país desde o início deste ano

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Lojas com placa de aluga-se e vende-se em uma rua. Ao fundo à esquerda vê-se a cúpula de uma igreja.
Lojas para aluguel e venda são vistas em rua de comércio de Perth, na Escócia; comércio online e 'brexit' alimentam crise nas high streets britânicas - Russell Cheyne - 17.mar.16/Reuters

As lojas de rua estão desaparecendo muito rapidamente de Londres e de outras cidades do Reino Unido.

Segundo um estudo da consultoria PwC, uma média de 14 lojas de redes varejistas são fechadas a cada dia no país desde o início do ano.

A capital, Londres, é a região mais afetada, com quase cinco unidades fechando todos os dias.

O fenômeno econômico já foi apelidado de “the end of the high street” (o fim das ruas comerciais, numa tradução livre) e está sendo causado principalmente pelo explosivo aumento nas vendas de produtos online.

O problema pode ser trágico para a cidade. Londres felizmente tem poucos shoppings, essa praga que contamina várias metrópoles.

No lugar desses templos brega do consumo, a capital britânica ainda conta com muitas das ruas comerciais mais charmosas do mundo.

Sempre foi muito agradável caminhar por elas e fazer compras em suas lojas tradicionais. Seria uma pena se as “high streets” acabassem ou mudassem muito de perfil.

Mas é exatamente isso que muitos analistas dizem que vai acontecer por conta das mudanças nos hábitos de consumo dos britânicos.

E eles podem ter razão. Como resultado do aumento das vendas por internet, esses analistas dizem que o comércio varejista de rua está enfrentando a maior crise dos últimos cinco anos, com várias redes registrando péssimos resultados.

Outras como a tradicional House of Fraser, fundada em 1849, e a popular Poundworld entraram em concordata ou simplemente fecharam.

Os setores mais afetados e com mais lojas fechadas foram os de artigos elétricos e eletrônicos e as lojas de moda.

O pior é que problema pode ser maior ainda, já que o estudo só levou em consideração dados de redes com pelo menos cinco lojas no país.

O comércio de menor escala provavelmente está sofrendo ainda mais.

O fenômeno já vinha preocupando os varejistas britânicos há algum tempo, mas ganhou grande intensidade este ano por conta de dois outros fatores.

O primeiro é o aumento de custos com aluguel e mão de obra –com impacto maior na cara cidade de Londres.

O outro é a retração geral dos consumidores britânicos à espera dos resultados econômicos do “brexit”, a decisão adotada pelo Reino Unido através de um referendo para deixar a União Europeia.

Para tentar ajudar os varejistas, o governo britânico anunciou recentemente que pretende aumentar os impostos das vendas online –especialmente de empresas de vendas digitais que não empregam muitas pessoas.

Os varejistas querem mais, com outros incentivos para o setor. Mas isso ainda está sendo discutido.

De uma forma ou de outra, é muito importante tentar salvar a “high street” londrina.

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