Em 2022, ano em que a higidez da democracia brasileira será posta à prova, desejo que os fatos se sobreponham às versões. Espero que a ponderação e o bom senso suplantem o egoísmo, a vaidade e o extremismo. E que a tolerância e o equilíbrio prevaleçam ao ódio e à truculência.
Anseio pelo aumento da representação política negra no cenário nacional. Torço para que mais indígenas, mais mulheres, mais pessoas com deficiência e mais integrantes da comunidade LGBTQIA+ contem com o apoio partidário necessário para manter candidaturas eleitoralmente viáveis.
Eleitos, espero que consigam exercer seus mandatos sem precisar enfrentar a hostilidade dos muitos que ainda não aprenderam a conviver de maneira civilizada e respeitosa com o que não é espelho.
Sei que o ingresso de mais mulheres, negros, PCDs e pessoas LGBTQIA+ não implica garantia de defesa de pautas feministas, antirracistas e contra o capacitismo e a homofobia. Mas a prática já comprovou ser extremamente difícil avançar nesses temas sem considerar pontos de vista diversos. Por isso almejo uma composição política representativa das reais necessidades do povo brasileiro.
Talvez assim os "invisíveis" passem a ser vistos como cidadãos de fato e de direito, a miséria seja reduzida a ponto de ninguém mais precisar catar comida no lixo, negros, mulheres e pessoas trans deixem de ser mortos como insetos e saúde e educação passem a ser prioridades da nação
Faço votos de que o interesse público prevaleça a ponto de garantir a proteção do nosso patrimônio natural. E que a Federação, por meio de seus representantes legitimamente eleitos, se faça presente, solidária e atuante sempre que uma catástrofe fizer do desalento a rotina de uma população.
São desejos que parecem devaneios, mas prefiro ver como ideal de democracia. Como na canção de Milton Nascimento, "...É preciso ter sonho sempre/Quem traz na pele essa marca/Possui a estranha mania/De ter fé na vida".
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