Ana Cristina Rosa

Jornalista especializada em comunicação pública e vice-presidente de gestão e parcerias da Associação Brasileira de Comunicação Pública (ABCPública)

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Ana Cristina Rosa
Descrição de chapéu desigualdade de gênero

Seu voto tem poder

Por que mulheres negras são as principais vítimas da violência política no país?

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Mulher negra com roupa estampada sorri e ergue o punho diante de um edifício
A professora Carol Dartora (PT), primeira vereadora negra da história de Curitiba (PR) - Brunno Covello - 16.nov.20/Folhapress

No ritmo atual, o Brasil poderá demorar 20 anos para alcançar a paridade racial e 144 anos (quase um século e meio!) para atingir a paridade de gênero na política. Uma vergonha que sintetiza as bases estruturantes racistas e machistas de um país de maioria autodeclarada negra e feminina, segundo o IBGE.

É o que mostra o estudo "Desigualdade de gênero e Raça na Política Brasileira", da Oxfam Brasil e do Instituto Alziras, a partir de dados do TSE sobre o perfil dos candidatos e dos eleitos em 2016 e 2020.
Pela primeira vez, a maioria das candidaturas a vereador foi de pessoas negras (51,5%), sendo eleitos 45,1%. Desses, só 6,3% são mulheres. Graças a "distorções no processo de recrutamento e seleção de candidaturas pelos partidos", 88% das prefeituras são comandadas por homens, 57% dos municípios não contam com vereadoras negras e 18% não têm sequer uma mulher na Câmara.

Neste 25 de julho, Dia Nacional de Tereza de Benguela e da Mulher Negra – data instituída (lei 12.987) para homenagear "a liderança feminina mais conhecida dos quilombos coloniais do Brasil" segundo a Enciclopédia Negra (de Flávio dos Santos Gomes, Jaime Lauriano e Lilia Moritz Schwarcz) e as brasileiras oprimidas pelo simples fato de ser quem são – pergunto: por que mulheres negras são as principais vítimas da violência política no país?

Uma das respostas possíveis está ligada à adoção de um projeto de nação distante de ter sido pensado para todos. Outra, ainda mais abrangente, traz em seu âmago a convicção equivocada de que política não é lugar de mulher, muito menos daquelas que mais se distinguem de quem está no poder.

Como disse à Folha a cientista política Mona Lena Krook, "é uma mensagem para todas: ‘Você não pertence a esse espaço, isso vai acontecer se você tentar participar da política...a solução é o aumento da conscientização… não é aceitável." Lembre-se, seu voto tem poder.

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