Ana Fontes

É empreendedora social e fundadora da RME (Rede Mulher Empreendedora). Vice-presidente do Conselho do Pacto Global da ONU Brasil e membro do Conselho de Desenvolvimento Econômico Social Sustentável da Presidência da República

Salvar artigos

Recurso exclusivo para assinantes

assine ou faça login

Ana Fontes
Descrição de chapéu Todas

Estou sendo vítima de violência patrimonial?

Isso acontece quando o parceiro restringe o acesso a contas bancárias e se apropria do dinheiro

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Mulheres não estão seguras. Costumo ser positiva e esperançosa na maioria das minhas falas, mas quando vejo que um homem pode pagar, em dinheiro, pelo seu crime, como continuar? Esta semana foi especialmente difícil para todas nós. Recentemente, a atriz Samara Felippo publicou um vídeo corajoso em seu Instagram sobre violência patrimonial que sofreu do seu próprio marido enquanto ainda estava no relacionamento.

Percebi que ainda se fala pouco sobre a violência patrimonial. Segundo a Agência Brasil, em 2022, seis a cada 100 mulheres sofreram esse tipo de violência, a maior taxa já registrada na série histórica sistematizada pelo levantamento, que se iniciou em 2009.

Ilustração em preto e branco de uma mão cobrindo a boca da mulher. Dos olhos fechados, escorre uma lágrima
Ter acesso às suas finanças e conhecer seus direitos são formar de evitar a violência patrimonial - Adobe Stock

Para ficar claro, a violência patrimonial se configura quando o parceiro da vítima restringe o acesso a suas contas bancárias, se apropria do seu dinheiro, mina sua autoestima, controla excessivamente seus gastos ou seus ganhos. No caso das mulheres que não têm renda, essa falta lhes tira a liberdade e são manipuladas por seus próprios companheiros. Para mulheres de baixa renda, pretas, é muito mais difícil sair desse ciclo de violência, mas isso não quer dizer que mulheres com grandes patrimônios estejam livres. Não estão, nenhuma de nós está.

As violências não letais —psicológicas, patrimoniais e morais— são mais difíceis de identificar e até de aceitar. Elas são sutis e muitas vezes são confundidas como forma de carinho, apoio, aquele famoso ciclo que a grande maioria de nós já passou ou conhecemos alguém que vivenciou. Segundo especialistas, esses relacionamentos começam como qualquer outro, na fase de lua de mel, quando já foi estabelecida confiança. O parceiro começa a administrar seu dinheiro e, na sequência, isso se torna controle, manipulação e violência psicológica.

Se reconheceu como vítima de violência patrimonial? Algumas atitudes que possam te auxiliar: tenha acesso às suas finanças, conheça seus direitos, certifique-se de que seu nome também está presente nas propriedades e documentação relevantes. Compartilhe sua situação com outras pessoas. É importante que mais pessoas saibam como você está dentro da sua relação, essa rede de apoio emocional é muito importante.

Muito se debate sobre o empoderamento, mas é crucial entender que a emancipação é ainda mais essencial. Alcançar a independência financeira é um passo fundamental para que essas mulheres saiam dos ciclos de violência. Quando as mulheres assumem o controle de seus próprios recursos, ganham autonomia e poder de decisão, tornando-se menos vulneráveis à manipulação e ao controle exercido por seus companheiros.

Como parte da iniciativa Todas, a Folha presenteia mulheres com três meses de assinatura digital grátis

LINK PRESENTE: Gostou deste texto? Assinante pode liberar cinco acessos gratuitos de qualquer link por dia. Basta clicar no F azul abaixo.

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.