Bruno Boghossian

Jornalista, foi repórter da Sucursal de Brasília. É mestre em ciência política pela Universidade Columbia (EUA).

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Mais um filho de Bolsonaro mistura o governo com interesses pessoais

Clã presidencial explora a estrutura do governo em benefício próprio

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Não bastavam três filhos do presidente agarrados ao poder do pai. Nas últimas semanas, o quarto descendente de Jair Bolsonaro também decidiu apitar em decisões oficiais e misturar ações do governo com seus interesses particulares.

Aos 22 anos, Jair Renan Bolsonaro descolou uma reunião no Ministério do Desenvolvimento Regional para os donos de uma produtora de granito e mármore. Segundo a revista Veja, eles eram os novos patrocinadores de uma empresa de eventos e mídia fundada poucas semanas antes pelo filho 04 do presidente.

Os representantes da firma foram recebidos em 13 de novembro pelo ministro Rogério Marinho e apresentaram um projeto de casas populares. Jair Renan estava lá "por acreditar que o sistema construtivo teria potencial de reduzir custos para União". Ninguém explicou qual é a experiência do jovem no assunto. Ele cursa faculdade de análise e desenvolvimento de sistemas.

A reportagem informou que a reunião havia sido solicitada ao ministério pelo gabinete de Jair Bolsonaro. Numa ponta, o Palácio do Planalto se moveu para ajudar um financiador do filho do presidente. No outro lado, um ministério estendeu um tapete para agradar ao chefe.

O presidente Jair Bolsonaro com os filhos Flávio, Carlos, Eduardo e Jair Renan no Palácio do Planalto - @BolsonaroSP no Twitter

A tranquilidade com que o lobby escancarado caminhou pela estrutura do governo é um exemplo menor da ocupação do poder liderada pela família. Afinal, outro filho do presidente já acionou o Gabinete de Segurança Institucional e a Agência Brasileira de Inteligência para resolver uma questão particular.

Flávio Bolsonaro pediu auxílio aos órgãos oficiais para conseguir provas que possam anular as investigações sobre as rachadinhas na Assembleia Legislativa do Rio. A Procuradoria-Geral da República disse que vai investigar o caso, mas é pouco provável que o 01 seja incomodado.

Já o Itamaraty trabalha para atender ao aos jogos ideológicos de Eduardo. Quando o filho 03 lançou mais uma ofensa à China, a chancelaria escreveu uma carta para defendê-lo. A República se move para servir ao clã.

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