Bruno Boghossian

Jornalista, foi repórter da Sucursal de Brasília. É mestre em ciência política pela Universidade Columbia (EUA).

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Bruno Boghossian
Descrição de chapéu Datafolha

Antibolsonarismo se firma em SP, mas tem efeito limitado sobre Tarcísio

No estado, 51% dos eleitores dizem não votar em Bolsonaro; 44% não querem Lula

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Por décadas, o antipetismo apareceu como uma marca firme do eleitorado de São Paulo. O partido de Lula só venceu a corrida presidencial no estado em 2002 e, depois disso, viu a rejeição à sigla se consolidar. Ao fim da última disputa nacional, 61% dos paulistas afirmavam que não votariam em Fernando Haddad de jeito nenhum, enquanto só 38% se recusavam a apoiar Jair Bolsonaro.

A política de São Paulo ganhou um novo traço em 2022, o antibolsonarismo. Na reta final do primeiro turno, 51% dos eleitores do estado dizem não votar em Bolsonaro, segundo o Datafolha. A rejeição a Lula também é alta, mas fica aquém dos números do atual presidente: 44%.

Bolsonaro tem força considerável entre os paulistas, mas os dados indicam que o eleitor do estado também absorveu uma força de repulsão que se mostra determinante na corrida nacional. No país, a rejeição a Bolsonaro cristalizou o apoio a Lula, antecipou adesões à campanha do petista pelo voto útil e aniquilou as chances da chamada terceira via.

Esses efeitos se mostram mais difusos na votação para governador de São Paulo. Ainda que a disputa estadual tenha adquirido coloração nacional, o antibolsonarismo não assumiu papel decisivo no alinhamento às principais candidaturas locais.

Entre os eleitores de São Paulo que dizem rejeitar Bolsonaro, só 48% se recusam a votar em seu candidato, Tarcísio de Freitas. Os números do PT servem de comparação: entre os eleitores que rejeitam Lula, 70% dizem não votar em Fernando Haddad de jeito nenhum.

Os números sugerem que Tarcísio consegue frear uma transferência de rejeição por se vender como uma espécie de bolsonarista light —apesar da afinidade com o presidente.

A dinâmica da disputa também atenua a repetição da lógica nacional do voto útil, que poderia deixar o candidato de Bolsonaro fora do segundo turno. Rodrigo Garcia atrai parte dos votos de quem rejeita o presidente, mas 14% dos antibolsonaristas pretendem votar nulo ou ainda estão indecisos.

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