Bruno Boghossian

Jornalista, foi repórter da Sucursal de Brasília. É mestre em ciência política pela Universidade Columbia (EUA).

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Campanha de Bolsonaro faz apelo final a evangélicos para forçar 2º turno

Variação de 4% dos votos nesse segmento pode fazer diferença nas contas do próximo domingo

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Se Lula só precisa de um punhado de votos para garantir uma vitória no próximo domingo, Jair Bolsonaro sabe que também não depende de um grande número para forçar a realização do segundo turno. Os esforços mais pragmáticos da campanha à reeleição se concentram em duas direções: travar o fluxo de novas adesões ao ex-presidente e tirar do petista ao menos alguns eleitores.

Roubar votos a esta altura de uma disputa tão consolidada é tarefa difícil, mas os bolsonaristas voltaram suas baterias para um segmento que seria mais permeável ao discurso do presidente: os evangélicos.

O cálculo parte da premissa de que uma variação de 1% no placar final da disputa, para um lado ou outro, pode determinar o resultado. Como os evangélicos representam um quarto do eleitorado, um movimento de 4% deles poderia fazer diferença no quadro geral da corrida.

Não é pouco. Bolsonaro só provocaria um dano razoável à campanha de Lula se conseguisse reverter a escolha de um em cada dez evangélicos que hoje declaram voto no petista.

Também não é uma missão fora da realidade. Atualmente, Lula aparece no Datafolha com 32% entre os evangélicos no primeiro turno, mas ele chegou a marcar 28% nesse eleitorado há pouco mais de duas semanas.

A equipe de Bolsonaro faz uma campanha constante para ampliar a rejeição a Lula no segmento. No debate de sábado (24), o candidato Padre Kelmon serviu de língua de aluguel para pedir que os cristãos não permitam "a volta da esquerda".

Nos dias seguintes, dois auxiliares do presidente fizeram postagens que associam Lula à perseguição religiosa e ao aborto. "Mande esse vídeo no grupo da sua igreja", escreveu um assessor de Bolsonaro no Twitter.

O voto evangélico era visto como crucial pela campanha de Bolsonaro, mas se mostrou insuficiente. O presidente já está próximo dos números que registrou nesse eleitorado em 2018, considerados excelentes até por pastores aliados. Sem margem para crescer muito mais, restou a ele buscar o desgaste de Lula.

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