Bruno Boghossian

Jornalista, foi repórter da Sucursal de Brasília. É mestre em ciência política pela Universidade Columbia (EUA).

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Apoio de Simone a Lula cria um atalho para o eleitor nem-nem

Ao dizer que supera divergências, senadora deixa claro que 2º turno não tem duas opções equivalentes

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Ao anunciar apoio a Lula no segundo turno, Simone Tebet fez questão de destacar que mantém críticas ao petista. A senadora disse acreditar, porém, que a eleição deste ano é maior do que essas divergências. Na véspera, Ciro Gomes havia feito algo parecido: afirmou que as duas candidaturas eram insatisfatórias, mas deixou clara sua escolha.

Declarações de voto crítico podem não ser tão confortáveis quanto manifestações de "apoio incondicional", mas carregam um valor extra nesta etapa da disputa. As mensagens de Simone e Ciro criam um atalho para o eleitor que recusou Lula e Jair Bolsonaro no primeiro turno.

A expansão da aliança de Lula se baseia na união de pessoas que pensam de maneira diferente. O principal objetivo é reforçar a impressão de que o ex-presidente é capaz de representar um grupo político que vai além da esquerda e, com isso, contornar a muralha do antipetismo.

Esse movimento também busca desfazer a imagem de que o segundo turno é travado entre duas opções equivalentes. Simone e Ciro flertaram com esse argumento ao longo do primeiro turno, mas não demoraram para escolher um lado agora.

Simone Tebet (MDB) declara apoio à candidatura de Lula (PT) no segundo turno - Miguel Schincariol/AFP

A senadora do MDB foi clara ao desequilibrar aquela balança. Simone disse que Lula —ao contrário de Bolsonaro— tem um compromisso com a democracia e acrescentou que, por isso, seria impossível adotar uma postura de neutralidade.

Os eleitores que ficaram com Simone e Ciro até o fim do primeiro turno tinham divergências com Lula, mas buscaram nomes que representavam uma mudança em relação a Bolsonaro. A rejeição ao governo e a promessa de incorporar propostas dos dois candidatos pode facilitar uma aproximação com o petista.

Já os apoios anunciados por Bolsonaro dificilmente ampliarão sua órbita de maneira considerável. Romeu Zema, por exemplo, foi um bolsonarista disfarçado durante toda a campanha. Ibaneis Rocha, que fez pouco caso da adesão de Simone a Lula, teve menos votos do que o presidente no Distrito Federal.

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