Bruno Boghossian

Jornalista, foi repórter da Sucursal de Brasília. É mestre em ciência política pela Universidade Columbia (EUA).

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Bruno Boghossian
Descrição de chapéu Congresso Nacional

Disputa de poder mais feroz do país acontece agora no Congresso

Deputados e senadores deixam Lula e Bolsonaro para trás na briga por seus próprios interesses

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A disputa de poder mais feroz do país não se dá entre lulistas e bolsonaristas. Ela ocorre no Congresso e tem o presidente da República como espectador. A briga de parlamentares por influência, acesso aos cofres públicos e cacife eleitoral é o primeiro item da agenda política atual.

Os cardeais do Congresso têm dedicado muita energia a seu esporte favorito: acumular força para extrair benefícios de seus cargos e relações.

Na Câmara, a batalha se dá na formação de blocos partidários, que pode determinar quem dará as cartas nos próximos anos. De um lado, há um consórcio mais próximo do governo —liderado por MDB e PSD, com a adesão de bolsonaristas do Republicanos. Do outro, PP e União Brasil discutem uma aliança, sob a batuta de Arthur Lira.

O jogo se dá menos em torno dos interesses do governo e mais de olho na formação de maiorias para negociar verbas, relatorias de projetos, vagas em comissões e a eleição do novo presidente da Câmara em 2025.

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL) - Ueslei Marcelino/REUTERS

A queda de braço entre deputados e senadores por poder na votação de medidas provisórias tem um pano de fundo semelhante. Os grupos que saírem vitoriosos esperam ter mais vigor para apitar nas nomeações importantes e dizer para onde deve fluir a verba dos ministérios.

A equipe de Lula parece ter poucas ferramentas para mediar a briga. Apesar de manter aberto o balcão de negócios das emendas parlamentares, o governo não demonstra fôlego para influenciar o jogo de forças no Congresso e se vê sob risco. O arcabouço fiscal e as mudanças no marco do saneamento são alvo das ameaças de deputados e senadores.

Parlamentares têm algum conforto —e muitos incentivos— para trabalhar, em primeiro lugar, pelos próprios interesses. Se o país vai mal, é quase certo que o presidente da República será punido pelo eleitor nas urnas ou pelo próprio Congresso com um processo de impeachment. A sobrevivência de deputados e senadores, por outro lado, depende mais da propaganda e do dinheiro que eles levam para suas bases.

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