Bruno Boghossian

Jornalista, foi repórter da Sucursal de Brasília. É mestre em ciência política pela Universidade Columbia (EUA).

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Lula quer enfrentar fantasma da naftalina nos 100 dias de governo

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Lula não economizou na veemência ao antecipar seu balanço dos primeiros cem dias de seu mandato. Antes de ouvir qualquer pergunta no café com jornalistas desta quinta (6), ele disse estar "muito, mas muito, muito, muito satisfeito" com os resultados do governo até aqui. Ainda assim, o presidente não escondeu um receio que ronda o Planalto.

O governo quer enfrentar o fantasma da naftalina. Embora avaliem que o resgate de programas como o Bolsa Família e o Minha Casa, Minha Vida foi bem-sucedido, petistas temem que a largada do governo tenha uma cara antiga e desperte uma impaciência precoce no eleitorado.

O próprio Lula encarou o dilema. Ao falar da retomada de "políticas sociais que deram certo nesse país", o presidente reconheceu que "elas ainda não estão surtindo o efeito necessário" e falou em olhar para o futuro. O ministro Paulo Pimenta (Secretaria de Comunicação) avisou que "devolver direitos" era apenas a primeira etapa do novo governo.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva participa de café da manhã com jornalistas no Palácio do Planalto - Pedro Ladeira/Folhapress

Lula foi no caminho certo ao recriar o Programa de Aquisição de Alimentos e retomar a exigência da vacinação infantil para o pagamento do Bolsa Família. Também dobrou a aposta no Minha Casa, Minha Vida, apesar de controvérsias sobre o modelo do programa. A preocupação do Planalto é outra.

O presidente estabeleceu o centésimo dia de mandato como uma espécie de ponto de virada. Lula disse que, na próxima segunda (10), começará o que ele chamou de "outra fase" do governo, com foco na expansão do crédito para estimular a economia. "Não vou ficar mais falando das coisas que nós fizemos. Eu vou começar a falar das coisas que nós vamos fazer daqui para frente", disse.

A avaliação interna dos integrantes do Palácio do Planalto é que a sonolência da economia tende a acelerar as cobranças por resultados —e Lula admitiu que seu governo será julgado pelo crescimento que conseguir entregar. "Se o Brasil estivesse bem, tudo maravilhosamente bem, tudo correto, certamente eu não teria ganho as eleições", afirmou.

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