Bruno Boghossian

Jornalista, foi repórter da Sucursal de Brasília. É mestre em ciência política pela Universidade Columbia (EUA).

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Se economia girar, Lula concorre em 2026 ou passa bola para Haddad?

Presidente e aliados evitam discutir reeleição, mas se permitem dar pistas do que pensam

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Quando alguém pergunta a Lula e seus aliados o que o PT planeja para 2026, eles gastam metade da resposta com a advertência de que é bobagem falar do assunto tão cedo. Na outra metade do tempo, eles se permitem dar pistas do que pensam.

Há duas semanas, Lula disse ao SBT que "seria uma irresponsabilidade" discutir agora a chance de disputar a reeleição. Em seguida, deixou o juízo de lado e brincou com o caso de Joe Biden, que deve concorrer aos 81 anos: "Isso é um estímulo. Eu sou mais novo do que ele".

Um dos objetivos de Lula é evitar um vácuo que anime a oposição e incentive uma corrida prematura pela sucessão dentro do governo. "Eu não vou permitir que ministro meu faça política antes do tempo", afirmou.

Não é só um lance tático. O presidente já deu sinais de que pode mesmo disputar a reeleição a depender das circunstâncias de 2026. "Se chegar num momento, tiver uma situação delicada e eu estiver com saúde…", disse à RedeTV em fevereiro.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e o presidente Lula (PT) - Adriano Machado/REUTERS

A "situação delicada", evidentemente, seria o risco de derrota da esquerda. Lula disputará a reeleição se quiser, mas sugere que a definição estaria condicionada à ausência de outro nome para vencer a direita.

Os fatores determinantes para a decisão serão o estado da economia ao fim do governo e o crédito que o eleitor dará a Fernando Haddad.

O ministro da Fazenda marca posição como primeiro da fila. Em entrevista à Folha, ele disse que o sucessor de Lula deve ser do PT, apesar da movimentação de aliados em outros partidos. Ao falar sobre sua missão no governo, afirmou que o presidente pode disputar a reeleição ou apresentar outro nome "se o projeto continuar caminhando bem".

Lula é um candidato natural à reeleição caso a economia gire forte e a avaliação do governo acompanhe o ritmo. Mas essa também poderia ser a oportunidade para uma passagem de bastão dentro do PT —e especificamente para Haddad. O presidente pode concorrer à reeleição se a disputa for dura ou até abrir caminho se o vento for favorável.

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