Bruno Boghossian

Jornalista, foi repórter da Sucursal de Brasília. É mestre em ciência política pela Universidade Columbia (EUA).

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Talvez Lula precise dar mais broncas em seus ministros

Presidente começou o ano com três reprimendas após falhas coletivas do primeiro escalão

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Lula começou o ano ao ritmo de uma grande bronca por semana em sua equipe. Em reuniões recentes, ele reclamou da demora na retirada de garimpeiros do território yanomami, passou um sabão em ministros por erros nas negociações da energia de Itaipu e repreendeu auxiliares que prepararam o novo plano do governo para a indústria.

O petista já admitiu que é um presidente mais ansioso neste mandato. Passou 2023 dizendo que tinha pressa para entregar resultados e que o tempo de governo era curto. Mas as reprimendas de Lula têm menos a ver com seus humores e mais com falhas coletivas do primeiro escalão.

A crise yanomami voltou porque o governo deu o assunto por resolvido antes da hora. A expulsão de garimpeiros do território durou pouco, revelando tropeços num tema sensível para a gestão petista. No dia 9, ao determinar uma ação permanente na região, Lula se queixou: "Não é possível que a gente possa perder uma guerra para o garimpo ilegal".

O presidente Lula (PT) no lançamento do programa Nova Indústria Brasil - Adriano Machado/REUTERS

No caso de Itaipu, tudo indica que a lambança se deu por despreparo. Lula repreendeu os ministros Fernando Haddad e Mauro Vieira após chegar desprevenido a uma reunião em que o presidente do Paraguai cobrou um aumento de preços da energia da usina. A falha deu vantagem ao vizinho nas negociações e ainda pode custar caro ao Brasil.

O presidente também criou encrenca com sua equipe minutos antes de descer a rampa interna do Planalto para lançar o programa Nova Indústria Brasil. Reclamou que o plano não tinha metas objetivas ou prazos para o cumprimento das medidas. Ao discursar no evento, ele reconheceu o problema: "Nós tivemos uma reunião ruim sobre coisas boas".

Em março de 2023, Lula havia passado uma descompostura pública em auxiliares que, em suas palavras, anunciavam "genialidades" sem combinar com o restante do governo. O estopim era o programa de passagens aéreas a R$ 200, que deve ser lançado oficialmente quase um ano depois. Talvez Lula precise dar mais broncas em seus ministros.

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