Catarina Rochamonte

Doutora em filosofia, pós-doutoranda em direito internacional e autora do livro 'Um Olhar Liberal Conservador sobre os Dias Atuais'

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Catarina Rochamonte
Descrição de chapéu Folhajus

Precisamos enfrentar os corruptos, confrontar os ineptos e neutralizar os insanos

Colapsamos moral e politicamente, sem conseguir transmutar em energia de união e solidariedade a tragédia que nos atinge

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Não houve, no Brasil, resposta política à altura do desafio da pandemia; não houve concerto de vozes a se elevarem além de interesses mesquinhos, obscuros, imediatistas, politiqueiros. Não houve gestão, articulação ou estratégia; não houve, por parte daquele que nos preside em tão grave momento, nada além de verborragia inútil e presunçosa.

Diante de um quadro devastador de agonia e desespero, o presidente agiu de forma leviana, disparando provocações, provocando aglomerações e proferindo estultices que conturbaram ainda mais uma situação já fora de controle. A despeito, porém, do descompasso mundial, da indiferença boçal, das piadas ecoadas em uma pátria enlutada, aquele a quem chamam “mito” ainda conta com a defesa canina de muitos, provando que o fanatismo é tão difícil de ser debelado quanto o coronavírus.

Desde o início da pandemia, estava claro tratar-se de grave questão coletiva a demandar cooperação e harmonia, mas, na direção contrária, fez-se a opção pelo tumulto, pela guerra ideológica, pela confusão. Questões humanitárias foram politizadas, narrativas delirantes tiveram vez em assuntos onde a competência técnica já havia assinalado diretrizes e nós colapsamos moral e politicamente, sem conseguir transmutar em energia de união e solidariedade a tragédia que nos atinge. Precisamos reagir.

O Estado já provou sua incompetência, mas os de bom senso e boa-fé que restam na política precisam cortar gastos, extinguir privilégios, decidir por um auxílio emergencial suficiente para a sobrevivência dos vulneráveis (R$ 250 não dá nem pra comer), enfrentar os corruptos, confrontar os ineptos, neutralizar os insanos.

A sociedade civil também deve atuar: associações, sindicatos, ONGs, igrejas, filantropos, empresas, todos devem contribuir. É um esforço necessário, justo e urgente. Se falharmos, o resultado poderá ser de completa convulsão social: terreno fértil para as tentações totalitárias à direita e à esquerda.

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