Claudio Bernardes

Engenheiro civil e vice-presidente do Secovi-SP, A Casa do Mercado Imobiliário

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A trajetória das cidades que se tornarão inteligentes

Especialistas recomendam um modelo de desenvolvimento em quatro fases

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Tornar-se uma cidade inteligente tem sido um objetivo perseguido por muitas cidades no mundo. Entretanto, a trajetória para atingir esse status, que se estrutura sobre a percepção de inovação, tecnologia e sustentabilidade, deve ser bem planejada e monitorada.

Publicação do Centro de Estudos em Administração Pública e Governo da FGV (Fundação Getulio Vargas) indica estratégias para a transformação digital das cidades. Segundo a publicação, apesar de o caminho ser único e particular para cada cidade, é possível desenhar um modelo com estágios de evolução comum, e especialistas internacionais recomendam que a evolução para uma cidade inteligente seja desenvolvida em quatro fases.

A fase vertical, na qual se aplica tecnologia aos serviços urbanos para melhorar sua gestão; uma fase horizontal, em que se desenvolve uma plataforma de gestão transversal dos diferentes serviços; o estágio conectado, no qual os diferentes serviços verticais interconectam-se e começam a operar em uma plataforma de gestão; e, finalmente, a fase inteligente, em que se gerencia a cidade de forma integrada e em tempo real.

Além disso, para aumentar a chance de sucesso dos projetos de digitalização das cidades, o governo deve ter papel central na liderança das ações para passar da estratégia à implementação. É necessário, ainda, um modelo de governança com a participação da sociedade, que deve integrar de forma direta o processo, acompanhando e cobrando os projetos da cidade.

Avenida larga ao entardecer, vista de cima, com poucos carros
Cruzamento das avenidas Rebouças e Henrique Schaumann, em São Paulo - Eduardo Knapp/Folhapress

A governança sustentada na sociedade é apontada como um modo de tornar as ações perenes e, dessa forma, garantir a transformação com a qualidade e a velocidade necessárias. A governança efetiva exige o estabelecimento e monitoramento de indicadores que permitam medir o progresso e os resultados das iniciativas de forma transparente.

Os benefícios vinculados às chamadas smart cities estão incentivando várias cidades no mundo a melhorar suas estruturas urbanas e buscar um novo patamar de desenvolvimento. No entanto, uma questão permanece: como as cidades identificam seu nível atual de desenvolvimento inteligente e como transformar sua infraestrutura, tendo em conta os conceitos de inteligência urbana?

Nesse contexto, novos modelos para determinar os níveis de inteligência e de desenvolvimento inteligente nas cidades seriam muito bem-vindos. Os poucos que hoje existem têm se mostrado inconclusivos, principalmente por não considerar todas as dimensões do espaço urbano em suas avaliações.

Pesquisadores do Departamento de Engenharia Civil da Universidade de Hong Kong desenvolveram uma técnica denominada ASD (Avaliação Sintética Difusa), para modelar os níveis de desenvolvimento inteligente de uma cidade, usando uma estrutura de seis dimensões que fornece uma perspectiva abrangente sobre a caracterização das estruturas urbanas das cidades, que são mobilidade, economia, meio ambiente, governança, qualidade de vida e pessoas.

O estudo modelou oito indicadores para cada uma das seis dimensões, usando a técnica ASD para determinar um índice que mede o nível de desenvolvimento inteligente de cada dimensão e, dessa forma, determinar um índice geral de desenvolvimento inteligente para cada cidade.

É certo que a grande maioria das cidades passará a operar com algum nível de inteligência num futuro muito próximo, mas a amplificação e aceleração desse processo, sem dúvida, dependerá de estratégias de digitalização bem estruturadas, e apoiadas pelos governos federal e estadual. Ao longo desse processo, mecanismos eficientes de monitoramento serão fundamentais, e ajudarão as cidades a se tornarem cada vez mais inteligentes.

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