Claudio Bernardes

Engenheiro civil e vice-presidente do Secovi-SP, A Casa do Mercado Imobiliário

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Descrição de chapéu Mobilidade

A cidade planejada com o auxílio de plataformas de interação urbana

Planejamento urbano procura possibilitar a interconexão entre diferentes espaços

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As cidades podem ser entendidas como um conjunto de sistemas muito complexo, onde estão envolvidos inúmeros aspectos socioespaciais, que interagem de maneira progressivamente mais intensa.

O desenho urbano tende a respeitar cada vez mais perspectivas, abordagens e usos, que possam se integrar com as ferramentas mais avançadas, todos os atores, espaços e ações envolvidos no processo de operação e funcionamento das cidades.

Movimentação de passageiros na Av. Pedro Alvares Cabral, ao lado do Parque Ibirapuera, no primeiro dia de tarifa zero em ônibus da capital de São Paulo
Movimentação de passageiros na Av. Pedro Alvares Cabral, ao lado do Parque Ibirapuera, no primeiro dia de tarifa zero em ônibus da capital de São Paulo - Zanone Fraissat/ Folhapress

O planejamento urbano, dentre outros objetivos, procura possibilitar a interconexão entre diferentes espaços e funcionalidades, além de estruturar esses espaços para criar um ambiente físico onde a experiência urbana cotidiana da comunidade possa se desenrolar com eficiência, atratividade e conforto.

A interação entre os espaços, as pessoas e as coisas pode proporcionar uma vivência muito rica e diversificada da cidade, tanto para moradores quanto para visitantes.

Essa interação deve ser centrada na perspectiva das pessoas, especialmente na forma como elas sentem os espaços e experimentam os serviços urbanos. Contudo, é preciso ter em mente, além de considerar os complexos níveis de interação, que o usuário da cidade está mudando.

Os usuários são diversos, múltiplos, compostos por grupos diferentes e/ou direcionados de forma diferente. Os usuários fazem parte de variadas e múltiplas comunidades simultaneamente, com inúmeras partes interessadas e vários atores envolvidos.

Eles podem ser mais ativos em determinada fase de um processo em comparação com outro, e podem ter interesses diferentes e conflitantes. Portanto, o foco deve ser na interação positiva de todo ecossistema e, concomitantemente, nos resultados.

A soma de tecnologias interativas que estão remodelando nossas sociedades também transforma nossas aspirações. Além disso, as possibilidades de uma atuação mais ampla e ativa na interação dos cidadãos com as instituições públicas vinculadas à governança urbana e legislativa podem trazer importantes subsídios para as tomadas de decisão.

Nesse sentido, o desenho de uma plataforma de interação urbana realmente eficiente é apropriado para enriquecer as ferramentas, práticas e os mecanismos tradicionais que foram concebidos nas últimas décadas para tratar da relação das cidades com seus habitantes.

Uma plataforma de interação urbana estruturada de forma adequada tem a oportunidade de impactar as aspirações de engajamento cívico, e transformar-se numa forma mais profunda, direta e eficaz da experiência com o envolvimento em questões públicas.

No entanto, desenhar modelos eficientes de participação não é tarefa fácil e, em particular, no contexto da interação urbana, pode ser bastante complexo e ambíguo. A participação da sociedade no planejamento não é uma ciência exata, e projetar processos participativos em qualquer campo pode ser relativo a contextos, objetivos e aspectos práticos particulares.

Uma plataforma de interação urbana pode ser muito importante para o aprimoramento e fornecimento de ferramentas que permitam a uma gama diversificada de atores participar do processo de engajamento cívico, o que pode envolver muitas formas, escopos, estratégias e momentos diferentes.

Nesse sentido, o que tradicionalmente chamamos de participação está se ampliando com uma nova geração de abordagens disponíveis, um uso mais criativo de estratégias de engajamento cívico e ferramentas mais poderosas para o envolvimento dos cidadãos com a representatividade orientada para ações objetivas.

O papel dos cidadãos na vida pública está se expandindo. A demanda por novas formas de participação em questões que envolvem o funcionamento das cidades está em ascensão e o investimento no desenvolvimento de novas maneiras de integrar os cidadãos com o planejamento urbano é extremamente necessário. Os modelos de participação hoje existentes têm se mostrado ineficientes.

O que esperamos, como cidadãos, é que sejamos capazes de moldar ativamente a vida urbana, calcados em princípios de equidade e justiça social, mas sem esquecer que a integração da vida nas cidades com a atividade econômica é fator essencial para o êxito no desenvolvimento das áreas urbanas.

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