Bolsonaro é o que o presidente Joe Biden descreveria como "semifascista". Por isso recomendo a vocês que em 2 de outubro votem em Simone Tebet, talvez, e no dia 30 em Lula. O partido de Bolsonaro é "liberal" apenas segundo a estranha definição latino-americana dada a esse termo contestado.
Vocês não querem um fascista na Presidência. Realmente não. Quando emprego esse termo não estou querendo dizer que Jair seja conservador.

Eu sou liberal à moda do século 19, o que significa que quero que todos sejam libertados. Que os escravos sejam libertados de seus senhores, as esposas de seus maridos, que todos sejam libertados dos burocratas do Estado. Sou contra todos os rankings coercitivos. Sou igualitária, como Adam Smith foi igualitário. Liberais de verdade não são conservadores.

Um conservador brasileiro quer que a palavra "ordem" seja a única inscrita na bandeira. Sem "progresso", que é o que nós, liberais, prezamos tanto.

E, realmente, falando a sério, alguns de meus melhores amigos são conservadores. Concordo com eles, por exemplo, em que as leis devem ser obedecidas, que os mercados são uma coisa boa e até mesmo que Jesus foi o filho de Deus. Se fosse nisso em que Bolsonaro acreditasse, eu os incentivaria a votar nele. Se, nos Estados Unidos, fosse nisso que acreditasse Donald, o herói de Jair, eu também votaria nele.

Lula tem posições equivocadas sobre todas as três questões conservadoras. Ele defende o Estado grande, do mesmo modo como Biden defende —é alguém que gasta a rodo o dinheiro dos impostos que vocês pagam e que está muito disposto a ver o Estado regular os mercados. E, quando propinas foram oferecidas, Lula também demonstrou o que pensa sobre obedecer o Estado de Direito. E quanto a Jesus? Bem...

Mas desta vez vosso voto não tem a ver com esquerda ou direita. Tem a ver com se vocês querem voltar ao tempo dos generais, assim como, nos EUA, tem a ver com se queremos voltar ao tempo da Guerra Civil.
Bolsonaro é um "fascista", segundo a definição que Biden aplicou a nossos lunáticos republicanos. Isso quer dizer que Jair está muito disposto a provocar o ódio entre brasileiros, que ele sistematicamente põe em dúvida os procedimentos democráticos e que, em última análise, parece estar disposto a usar de violência para permanecer no poder.

É a cartilha de Mussolini, de Hitler e, na realidade, também a de Lênin e Stálin. Ódio das minorias, desprezo pela democracia, disposição de recorrer ao Exército, como os "liberais" antiliberais latino-americanos habitualmente fazem.

Quesito número um: cumprido! Número dois: cumprido! Número três: cumprido!

_{Tradução de Clara Allain}