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Ex de Bolsonaro fez transações atípicas e incompatíveis com salário, diz jornal

PF diz que Ana Cristina movimentou mais de R$ 9 milhões nos últimos quatro anos; ela nega

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São Paulo | UOL

Ana Cristina Valle, candidata a deputada distrital pelo PP no Distrito Federal e ex-mulher do presidente Jair Bolsonaro (PL), movimentou mais de R$ 9 milhões de 2019 até 2022 e fez transações "atípicas" e "incompatíveis" com seu salário, segundo análise da Polícia Federal revelada pelo jornal O Globo.

As afirmações da PF se baseiam em um relatório do Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras), elaborado para ser utilizado como base para pedir à Justiça Federal uma investigação contra a ex de Bolsonaro após ela comprar uma mansão em um bairro nobre de Brasília, avaliada em R$ 3 milhões.

A ex-mulher do presidente Jair Bolsonaro (PL) e candidata a deputada federal, Ana Cristina Valle (PP) - 31.out.18/Ana Cristina Valle no Facebook

No intervalo temporal em que movimentou R$ 9,3 milhões, a candidata a deputada distrital atuou como assessora do vereador Renan Marassi (PL), ainda em Resende, no Rio de Janeiro, e depois como auxiliar parlamentar da deputada federal Celina Leão (PP-DF), dessa vez em Brasília, e com salário líquido de R$ 6.200. Ana Cristina deixou esse último emprego para concorrer nas eleições deste ano.

Durante esse período, Ana Cristina recebeu R$ 4,2 milhões em suas contas bancárias e removeu delas R$ 4,3 milhões. A maioria das transações teria ocorrido entre junho de 2019 e junho de 2021, de acordo com relatório do Coaf.

O UOL tentou contato com Ana Cristina, mas não obteve resposta. Ao Globo ela negou a movimentação financeira e disse que pedirá uma investigação contra o Coaf, que, segundo ela, "mentiu e praticou fraude".

"Nunca recebi estes milhões em minha conta e provo. Fui ao meu banco e descobri que não existiu nenhuma comunicação de movimentação financeira atípica para o Coaf. Criaram esta mentira apenas para iniciarem um inquérito na Polícia Federal contra mim sem justa causa com o objetivo de prejudicar a campanha do presidente Jair Bolsonaro", afirmou Ana Cristina ao jornal.

PF já pediu investigação sobre compra de mansão

No fim de agosto, a PF solicitou a abertura de uma investigação para apurar a movimentação financeira da ex-mulher de Bolsonaro na compra da mansão em Brasília.

Segundo fontes da PF, o pedido foi feito durante a apuração que analisava as relações de Jair Renan Bolsonaro, filho do presidente e de Ana Cristina, com empresários em reuniões com o governo. O delegado do caso quer apurar a legalidade da compra da casa.

A existência do imóvel foi revelada pelo UOL há um ano, ocasião em que Ana Cristina negou ser a dona do imóvel. "Claro que não", disse Cristina à reportagem, em 26 de agosto de 2021. Na época, um corretor informou que a casa era alugada. Neste ano, porém, ela declarou à Justiça Eleitoral ser a proprietária da casa.

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