Deirdre Nansen McCloskey

Economista, é professora emérita de economia e história na Universidade de Illinois, em Chicago

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Deirdre Nansen McCloskey

A esperança de Milei para os latinos

O entendimento do presidente argentino da economia e da política é muito bom

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Você deveria ouvir o incrível discurso que Javier Milei fez recentemente em Davos, a reunião anual dos grandes e bons em um recanto nevado da Suíça, onde nossos senhores discutem o que vão fazer conosco a seguir.

O novo presidente da Argentina disse que eles deveriam parar de fazer isso. Desregulamentar. Fechar o banco central. Parar de "proteger" um grupo de pessoas às custas de outro grupo. É um liberalismo que salvará os argentinos deles mesmos, caso o permitam. Rezem pela Argentina. E pelo Brasil.

O discurso está em espanhol no YouTube. Como uma idiota monoglota —isto é, uma "gringa"—, eu tive de escutá-lo em inglês. Espero que haja uma tradução em português.

O presidente da Argentina, Javier Milei, discursa em Davos, no Fórum Econômico Mundial - Fabrice Coffrini - 17.jan.24/AFP

Cuidado. Você pode ouvir pequenos trechos dele em inglês filtrados através dos preconceitos de, por exemplo, o jornal britânico de esquerda The Guardian, em que Milei e suas propostas são descritos como "conservadores". Procure o discurso completo e julgue por si mesmo.

Ele diz o que eu venho dizendo, e o que é dito por liberais como o incrível Fórum da Liberdade em Porto Alegre e as diversas filiais dos Students for Liberty em todo o Brasil. É simples: deixem as pessoas terem igualdade de permissão. Tirem os obstáculos do caminho.

Mas muitas coisas são simples. O socialismo é simples: tire de Pedro para dar a Paulo, e chame isso de "justiça social". O fascismo é simples: a mesma fórmula. Mas o liberalismo tem a vantagem única em relação a esses dois lunatismos modernos de ser são e verdadeiro, do ponto de vista histórico e econômico. Como relata Milei, o liberalismo enriqueceu o mundo e nos fez adultos. Devemos querer ser adultos, e não as eternas crianças ou escravos sob as outras filosofias políticas.

O entendimento de Milei da economia e da política é muito bom. Em especial, ele compreende que a discussão entre economistas sobre "imperfeições" nos mercados trata-se, na maior parte, de contos de fadas sem base científica. Nenhuma.

Ninguém é perfeito. Milei acha que o "capitalismo" é novo. Na verdade, ele começou nas cavernas. O que é novo é o liberalismo iniciado nos anos 1700 entre os anglos, com precedentes em Salamanca, na Espanha. Ele acha que foram as "economias de escala" que nos tornaram ricos, em vez da inovação inspirada pela igualdade de permissão do liberalismo.

Mas é incrível. Escutem.

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