Cláudio Castro está dando defeito

Investigado pela PF, governador elogia Lula pensando na própria pele

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Cláudio Castro claudica. Vive atualmente seu pior momento. Incapaz de rebater as críticas à atuação do governo diante das chuvas que castigaram o estado, deixando 12 mortos; imóvel, como se tivesse pés e mãos amarrados, para enfrentar o problema da segurança pública; e pendurado num rombo de R$ 8,5 bilhões no orçamento de 2024.

Ainda vê o cerco da Polícia Federal se fechar em torno dele, correndo o risco de não terminar o mandato. Um fato já trivial no Rio, cujos governantes, ao longo dos últimos 50 anos, a começar pelo cacique Chagas Freitas, construíram uma azeitada máquina de corrupção, populista e clientelista, que se move por meio de mecanismos ocultos e autômatos. Não importa quem esteja no comando. Voraz, o sistema iguala vocações, mediocridades, partidos e ideologias. É uma espécie de vício político contra o qual não se consegue lutar.

O governador Cláudio Castro participa de evento em Macaé - Rafael Campos - 22.nov.23/Divulgação Governo do Rio de Janeiro

Cláudio Castro começou a dar defeito. E parece ter entrado na fase de remanejamento das peças. Ao autorizar a busca na casa de Vinicius Sarciá, irmão de criação do governador, o ministro Raul Araújo, do Superior Tribunal de Justiça, viu "indícios suficientes da prática de crimes".

O relatório da PF aponta que Castro recebeu cerca de R$ 400 mil em sete pagamentos indevidos – propinas – entre 2017 e 2019, período em que foi vereador e vice-governador. O titular Wilson Witzel, que se elegeu na onda bolsonarista e em seguida se tornou adversário do capitão, foi defenestrado do cargo com incrível rapidez, sob a acusação de desvios na Saúde durante a pandemia. As investigações sobre o vice, no entanto, entraram em banho-maria. Até agora.

O governador – que apoia Alexandre Ramagem, o candidato de Bolsonaro a prefeito do Rio – aproveitou a tragédia das chuvas para elogiar Lula: "É um político experiente, nunca fomos inimigos". Foi um pedido de help, menos para as vítimas das enchentes e mais para si mesmo.

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