Denise Mota

Jornalista especializada em diversidade, escreve sobre quem vive às margens nada plácidas do Ipiranga, da América Latina e de outras paragens

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Mestre do candombe, Rubén Rada leva raízes afro-uruguaias a São Paulo

Artista apresenta algumas das facetas de suas sete décadas de carreira

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Mago da percussão, músico de músicos, referência nacional, Rubén Rada domina como ninguém o legado sonoro da herança africana em seu país: o candombe, ritmo 100% uruguaio que ele mostra em 2 de novembro no Sesc Pompeia, em São Paulo.

Ver Rada em ação aos seus 80 anos, recém-completados, é ser testemunha de uma epifania musical e de uma trajetória de sete décadas que o situa como figura fundamental da música uruguaia (mas não só), pilar de movimentos como o candombeat e formações obrigatórias para qualquer melômano, como El Kinto, Opa, Tótem.

Rubén Rada em show em Montevidéu em comemoração aos seus 80 anos
Rubén Rada em show em Montevidéu em comemoração aos seus 80 anos - Mauricio Rodriguez/Divulgação

A originalidade de suas composições, a potência vocal, sua abundância de recursos são reverenciadas por cantores de chuveiro e de estádio: "Mi País", um dos seus maiores sucessos, é um hino informal do Uruguai, recitado palavra por palavra em qualquer um dos seus shows pela plateia de muitas idades que o acompanha. Por outro lado, canções suas que são um divisor de águas na MPU (música popular uruguaia), como "Las Manzanas", de 1969 (composta em duas horas, reza a lenda), ou "Malísimo" (1975), engrossam a lista de seus admiradores de alto calibre, como Fito Páez ou Milton Nascimento.

Rubén Rada e León Gieco (com violão) em show em Montevidéu em comemoração aos 80 anos de Rada
Rubén Rada e León Gieco (com violão) em show em Montevidéu em comemoração aos 80 anos de Rada - Mauricio Rodriguez/Divulgação

Camaleônico e único em cada uma de suas muitas expressões (por vezes revestidas de heterônimos, como "Richie Silver"), o artista —ganhador de um Grammy pela excelência musical em 2011— passeia do jazz ao pop, do rock à milonga, da murga ao soul —e ao samba, com a mesma facilidade com que canta em português.

Show em Montevidéu em comemoração aos 80 anos de Rubén Rada
Show em Montevidéu em comemoração aos 80 anos de Rubén Rada - Mauricio Rodriguez/Divulgação

É que com esse idioma ele se criou, já que sua mãe nasceu na fronteira do Uruguai com a gaúcha Santana do Livramento, e com o português justamente decidiu lhe render homenagem em "Noites do Rio - Aerolíneas Candombe". O álbum, lançado em 2021 com letras de Ronaldo Bastos, traz canções com a participação de Carlinhos Brown, Tamy e Silva. E uma interpretação de Rada tão afetuosa quanto fresca de sonoridades muito brasileiras, como o baião.

Em São Paulo, Rada apresenta um pouco de todas essas facetas ao lado de seus filhos Lucila (vocais) e Matías (guitarra), de Tamy e de uma formação de tambores característicos do candombe —chico, piano e repique— liderada por "Lobo" Núñez, outro ícone absoluto do ritmo.

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